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20 Diário da Câmara dos Deputados

políticas levantam. E também pelo Parlamento que o País conhece todos os seus desastres, como os Transportes Marítimos, Bairros Sociais, etc.

Eu já tenho ouvido dizer que muitas das melhores leis que temos foram feitas fora do Parlamento, Não é exacto, e se muitas delas são boas é porque levaram o cunho da autorização do Parlamento, que lhes imprime um maior prestígio, tornando as mais aceitáveis o eficazes.

Mas, em que sentido devemos aperfeiçoar o Parlamento?

A êste respeito eu devo dizer alguma cousa.

A minoria católica entende que êle não se deve modificar no sentido de uma resultante do sindicalismo único, como se tem leito na Rússia desde 1917, mas sim no sentido das nossas tradições colectivas.

Podemos voltar um pouco à representação dos interêsses por classes, não precisamente como nos tempos passados, mas adaptando-a às circunstâncias dos nossos tempos.

Assim, a pequena e a média indústria, com o proletariado e a burguesia, de um lado; a grande indústria, com os representantes do capitalismo, de outro lado, os representantes das profissões liberais, como traduzindo a importância das fôrças morais da Nação.

Apenas como lembrança, quero significar que os países de maior prestígio não são aqueles que andam à procura d« grandes homens ou cujos factos sociais só confundem com um ou outro grande homem. Não! Os países de maior prestígio são aqueles que se fazem pela virtude dos seus cidadãos.

Olhe a Câmara, olhe o País, para o que são 05 Estados Unidos do Norte, olhem para o que é a Suíça, para o que é a Holanda, para o que é a Bélgica, para o quê é a Dinamarca e para o que são outros povos como êsses! São verdadeiros blocos inteiriços.

O relevo dessas Nações é o relevo das respectivas colectividades.

E como se conseguiu isso? Pelas virtudes, já disso, dos próprios cidadãos.

Os católicos dão o exemplo do que se deve fazer para melhorar as condições gorais do País. Reclamam, mas não se revoltam. Fazem a defesa dos seus direitos, mas não são subservientes.

O Sr. Marques Loureiro: — V. Exa. fala em nome do Centro Católico!...

O Orador: — Ao tratar-se do projecto de lei que está pendente há-de demonstrar-se qual o sentido em que se deve caminhar!

Os católicos estão a dominar todas as paixões superiores a êles.

O Sr. Marques Loureiro: — No Congresso Nacionalista quem levantou a luva contra a questão religiosa?

O Orador: — O que eu sei é que todos os grupos políticos com representação nesta Câmara têm homens cheios de vontade e de senso político para darem a todos os cidadãos portugueses as liberdades de que carecem, sobretudo as religiosas.

Destroem-se as organizações católicas, e os católicos reorganizam-nas; tiram-lhos os seus bens, e os católicos recrudescem do labor para conseguir outros. Vingam-se, honrando e glorificando a Pátria. Quando o Estado procura desmanchar organizações tradicionais, como as juntas de freguesia, elas reconstituem-se, compõem as suas igrejas, sustentam os seus párocos.

Não há nenhum homem de bem nesta Câmara que ache digna e justa esta situação e os casos são concretos.

Nesta situação há padres em Sintra, Almeirim e outras localidades do País.

Eu estou a procurar manter a liberdade, a liberdade da Igreja, e não tendo sido aqui apontados já muitos casos concretos, seria ocasião agora do suprir essa falta.

Dir-se há que os católicos são em pequeno número em Portugal, mas isso é uma lenda.

O Sr. Sá Pereira Àparte.

Apoiado.

O Orador: — Eu vou mostrar que a fôrça das associações de registo civil é uma lenda.

Àpartes.

A prova está em que as estatísticas referentes à distribuição dos exercícios re-