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18 Diário da Câmara dos Deputados

estar absolutamente de àparte de tudo aquilo que em política pode tomar um aspecto menos lisongeiro, certo de que êles dos seus lugares apenas têm em mim com o prestígio do exército de terra e o outro o prestígio da marinha, dignificando assim os seus cargos, a confiança que neles deposita o Chefe do Estado e, o regime, os outros só pás de terra, muita terra em cima para que tam cedo não apareçam nas pugnas parlamentaras, representando encapotadamente o Partido Democrático.

Apoiados.

Assim, Sr. Presidente, consinta V. Exa. e a Câmara que eu mande para a Mesa a seguinte

Moção

A Câmara, considerando que a crise não foi resolvida segundo os melhores preceitos constitucionais, faz votos para que se forme um Govêrno que possa merecer verdadeira confiança ao País, único modo de terem solução os graves problemas de administração que estão pendentes, e passa à ordem do dia. — Jorge Nunes.

Foi lida e admitida.

O orador não reviu.

O Sr. Estêvão Águas (por parte da comissão de guerra): — Sr. Presidente: pedi a palavra para participar a V. Exa. e à Câmara que se instalou a comissão de guerra, elegendo para seu presidente o Sr. Pereira Bastos e o Sr.Cortês dos Santos para secretário.

O Sr. Tôrres Garcia (por parte da comissão dos caminhos de ferro): — Sr. Presidente: pedi a palavra para participar a V. Exa. e à Câmara que se instalou a comissão dos caminhos de ferro, elegendo para seu presidente o Sr. Estêvão Águas e a mim para secretário.

O Sr. Lino Neto: — Sr. Presidente: será difícil encontrar na história política contemporânea um Ministério que tenha subido ao Poder em circunstâncias como o actual.

Organizou-se êle logo em seguida a uma tentativa revolucionária de carácter radical; foi nessas aportadas condições que se recrutaram as individualidades para o constituir e de onde saiu a declaração ministerial de 21 de Dezembro, lida a esta Câmara.

Com efeito constato, como nela se diz, que no Ministério tem representação um agrupamento político de estudos, a Seara Nova, na pessoa do ilustre escritor Sr. Dr. António Sérgio; noto também que o Partido Republicano Português contribuiu para êle com os seus elementos de mais valor: o Sr. Domingos Pereira que vinha presidindo a esta Câmara por consenso unânime do todos nós e que por várias vezes tem presidido a Governos o Ministro em várias situações, lugares em que tem afirmado sempre a integridade do seu carácter, o Sr. José Domingues dos Santos, um dos mais aguerridos leaders da maioria, e o Sr. Mariano Martins, que vi sempre nesta Câmara emitir as suas opiniões com raro desassombro.

Do antigo Partido Nacionalista, sem distinguir os grupos, vejo o Sr. Álvaro de Castro, que era o seu leader, e que tem no seu passado a tradição de ser um dos bons governadores da província de Moçambique, e ainda o Sr. Sá Cardoso, que há pouco tempo presidiu a esta Câmara e que se impõe sempre ao nosso respeito pela austeridade do seu carácter e firme ponderação, o temos ainda o Sr. Azevedo Gomes, o Sr. Lima Duarte e todos os outros Ministros.

Como V. Exas. vêem, trata-se dum Ministério de pessoas categorizadas.

Cumpre-me á mim, por parte da minoria católica, fazer sinceros votos para que S. Exas. assinalem a sua passagem por aqueles lugares de maneira a ilustrar mais os seus nomes e a dignidade da Pátria.

Não se trata dum Ministério nacional no sentido de ter representação de todas as correntes de opinião, porque não estão lá representadas todas elas; não se trata dum Ministério de concentração republicana, visto que há nesta Câmara elementos e grupos que se afirmam intransigentes com êsse Ministério.

Não se trata, também, dum Ministério presidido por um membro da maioria, visto que o Sr. Álvaro de Castro era ainda há bem pouco tempo leader do Partido Nacionalista.

São, porém, tais condições e circunstâncias suficientes para garantir a viabilidade parlamentar do Ministério?

Pelo que nos diz respeito, devo declarar que a minoria católica não faz oposição por sistema, mias também não dá apoio incondicional seja a quem fôr.