O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

14 Diário da Câmara dos Deputados

zão nas suas considerações quando aqui se referiu ao assunto por ocasião da discussão do acordo com aquela Companhia. Vou terminar as minhas considerações, e lamento não estar presente o Sr. Ministro das Colónias, porque desejava preguntar a S. Exa. se está disposto a proceder em face das revelações trazidas aqui ontem à Câmara pelo Sr. Cunha Leal, sôbre a maneira como são feitos os elogios ao Alto Comissário de Angola, da maneira como são gastos os dinheiros da província do Angola.

Desejo que S. Exa. o Sr. Ministro das Colónias, que vejo agora presente, me faça o favor de dizer se acha bons êsses processos, ou se está disposto ou não a tomar medidas enérgicas para que os dinheiros públicos não continuem a ser empregados para se elogiarem os altos funcionários.

O Sr. Mariano Martins é uma pessoa que me merece a maior consideração pessoal, se bem que seja um adversário intransigente.

Chamo a atenção do S. Exa. para êste facto, porque não pode manifestamente continuar a gastar-se o dinheiro da forma como ontem se provou aqui para fazer o elogio de determinado funcionário.

É muito caro para o País êsse elogio feito à administração da província de Angola, administração que não estou agora a discutir, mas sim ao ponto concreto referido ontem nesta Câmara pelo Sr. Cunha Leal.

São pagos muito caros os elogios da grande imprensa da República e dos homens do Govêrno, porque são pagos pelo preço que os Governos da República deixa fazer aos Bancos (Apoiados), porque são bons para essa imprensa todos os Governos que deixam à Moagem e à Panificação fazer o que muito bem quiserem.

Mas é muito caro para o País-e para o consumidor o preço dos elogios dessa imprensa.

Apoiados.

Finalmente, e para terminar, quero falar a respeito da compressão de despesas.

Custa-me, confesso, falar duma cousa que não existe.

É realmente um problema indispensável para a vida do País essa compressão, mas uma compressão inadiável das despesas públicas, obedecendo a um plano.

Custa-me falar dêste assunto, quando vejo que o Govêrno, sem sombra de ideas definidas a êsse respeito, apenas pretende iludir a opinião pública.

Não apoiados.

Apoiados.

Só tem feito reduções de despesa nos serviços públicos largamente perturbadores dos mesmos serviços e da vida administrativa do Govêrno.

O Sr. Paulo Cancela de Abreu: - Não estão lá revolucionários civis...

O Orador: — Poderia falar acercadas-palavras do Govêrno, que fala da «pureza augusta» da Constituição na sua declaração ministerial, referentes à autorização respeitantes à redução de despesas.

Essa lei, é como S. Exa. reconheceu quando se sentava nas bancadas da Câmara, absolutamente inconstitucional, por que não está dentro daqueles casos que estabelece o artigo 26.° da Constituição, que são os únicos que o Parlamento pode conceder.

Mas não é só nisso que o Sr. Presidente do Ministério não respeita a «pureza augusta» da Constituição.

Gostarei de ouvir o que S. Exa. vai dizer em resposta ao Sr. Cunha Leal, quanta à acusação por S. Exa. feita da vinda do Sr. Afonso Costa a Lisboa para constituir o Ministério Nacional.

O Sr. Álvaro de Castro parece que havia pôsto de parte a «pureza augusta» da Constituição, seguindo, pelo contrário, por caminho bastante oposto a êsse de; «pureza augusta».

E uma destas cousas extraordinárias que temos de constatar na vida dêste regime: não é uma questão de princípio que norteia os homens. Não se trata nunca de uma questão de reconhecida necessidade pública.

Pelo contrário, o Sr. Álvaro de Castro abandonou o Partido Democrático porque, evidentemente não concordava com o programa do Partido Democrático, e agora vai aproximar-se novamente do Sr. António Maria da Silva e do Partido Democrático, contra o qual S. Exa. andava a preparar uma revolução, à maneira dum 14 de Maio, para derrubar o Govêrno António Maria da Silva.

Creio ter tocado os principais pontos