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Sessão de 28 de Janeiro de 1924 7

outros, mostra que essa obra valia e que o homem que a produziu era alguém.

Apoiados.

Para esta Câmara, assemblea política, interessa, decerto, mais a figura do Sr. Dr. Teófilo Braga, como homem público. O Sr. Dr. Teófilo Braga, sendo um pensador, não foi, na realidade, um condutor de homens.

Tanto no Parlamento, como no Govêrno a que presidiu, não se pode dizer que êle fôsse um condutor de homens.

E há pouco ainda, o meu ilustre colega, Sr. Dr. João Camoesas, se referiu a que na Assemblea Constituinte o Sr. Teófilo Braga não conseguiu conduzi-la por aquele caminho que o seu pensamento julgava ser o melhor.

Quando foi proclamada a República, no dia 5 de Outubro, quando a sociedade portuguesa imaginava haver chegado o explendor duma vida bem diferente, êsse homem foi escolhido para presidir ao Govêrno, o seu nome foi lembrado por todos os portugueses, por toda a massa de portugueses.

Teófilo Braga foi Presidente do Govêrno Provisório, foi Deputado às Constituintes e foi novamente chamado a presidir aos destinos da Nação, num momento de gravidade.

Foi historiador, poeta, crítico e professor.

Eu não sei se são as qualidades de pensamento de um homem, se são as qualidades da vida austera que mais o afirmam. Teófilo Braga, embora se tivesse afastado do resto do mundo, e apenas pelas suas obras, ou algum escrito nos jornais êle comunicasse com a vida exterior, soube impor se ao respeito nacional.

Homem simples, absolutamente honesto, criou uma situação de destaque, que fez com que êle mais de uma vez fôsse chamado a presidir aos destinos da Nação.

A crítica da obra de Teófilo Braga só poderá ser feita mais tarde e não agora, e hoje só me cumpre em nome do Partido Nacionalista associar-me ao sentimento manifestado por V. Exa. e aplaudir a proposta de V. Exa.

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Morais de Carvalho: — Sr. Presidente: em nome da minoria monárquica associo-me com sentimento à proposta de V. Exa.

Foi o Dr. Teófilo Braga uma figura de destaque na política, no professorado e na literatura no País. Como político, ascendeu à mais alta magistratura dentro do Estado republicano.

Como professor, regeu com competência uma cadeira na Faculdade de Letras.

Como homem de letras, a sua obra é de multifacetas; é uma obra que deu margem a críticas apaixonadas, e não é a minha pessoa que a poderá pôr em relevo.

Não apoiados.

A mim agora só cumpre em nome dêste lado da Câmara curvar-me respeitosamente perante o seu corpo.

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Nuno Simões: — Sr. Presidente: a Câmara dos Deputados da República Portuguesa acaba nesta hora de praticar um acto de justiça moral, que é ao mesmo tempo uma reparação.

A obra de Teófilo Braga foi alguma cousa de grande nas letras portuguesas. Teófilo Braga foi alguém nesta Pátria, que bem merece dos seus contemporâneos uma consagração, e ter-se-ia cometido uma enorme, injustiça se a Câmara dos Deputados não expressasse o seu profundo sentimento pela morte dêsse grande vulto das letras pátrias.

Dói ao sentimento dos republicanos lembrar que Teófilo Braga morreu quási ao abandono, deixando uma obra que nem por ter sido muito discutida deixa de ser de um alto relevo para aqueles que queiram encontrar nela um exemplo para todas as horas.

Êle conseguiu a consideração de nacionais e estrangeiros, e êsse homem morreu numa hora em que a República não trilha o melhor caminho nem a Pátria tem seguro o seu destino.

Para êle, neste momento, não temos melhor consagração de que as nossas palavras, que são justas e necessárias.

Sr. Presidente: a influência da obra filosófica e literária de Teófilo Braga tem