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Sessão de 20 de Março de 1924 5

cular amigo Sr. Tavares de Carvalho, clamando todos os dias por medidas que visem ao embaratecimento da vida.

A situação é insustentável, o nós não podemos estar à, espora de medidas que não se aproximam, deixando impunemente à solta todos que são responsáveis pela situação crítica da maior parte do povo português.

Sr. Presidente: por intermédio do único membro do Poder Executivo que está presente, eu chamo a atenção do Govêrno para que tomo medidas rápidas e urgentes, no sentido de não prolongar uma situação que é incomportável.

Eu sei que do um momento para o outro não só pode embaratecer a vida, mas, todavia, é possível fazer alguma cousa para travar esta marcha rápida para o abismo, e é êsse alguma cousa que eu peço ao Govêrno o ao Parlamento da, República.

Sr. Presidente: entrando propriamente em matéria concreta, ou devo afirmar que na verdade alguma cousa se tem feito, mas é muito pouco, e segundo o Sr. Presidente do Ministério não se tem feito mais porque não há dinheiro.

Ora eu devo dizer que não mo parece necessário mais dinheiro; o que é preciso é tomar medidas enérgicas no sentido do orientar os recursos monetários para evitar a especulação.

Sr. Presidente: o que é preciso é tomar providências rápidas, práticas e imediatas.

O meu ponto de vista é fazer com que a vida embarateça o evitar a, ganância e a especulação dos Bancos, o nesta ordem de ideas, e visto já haver projectos, meu e do Sr. João Camoesas, nesse sentido, eu vou ter a honra de mandar para a Mesa uma proposta para a qual peço urgência o dispensa do Regimento, mas sem prejuízo da ordem do dia.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O projecto de lei vai adiante por extracto.

Lê-se na Mesa.

O Sr. Jorge Nunes: — Peço a V. Exa. a fineza de me mandar a proposta.

Pausa.

Sr. Presidente: eu tenho o máximo cuidado quando ouço o Sr. Velhinho Correia defender qualquer projecto, pois S. Exa. procede em geral por forma que é nociva aos interêsses do País.

Esta proposta é de tal forma lata que ninguém a poderá votar como está.

Se a votássemos daríamos de nós uma triste idea.

Apoiados.

Nos primeiros dias que se apresentou à Câmara o Sr. Presidente do Ministério, S. Exa. comunicou o estado da nossa divisa cambial e o Sr. Velhinho Correia foi o primeiro a defender as autorizações dadas ao Sr. Presidente do Ministério.

O Sr. Velhinho Correia: — Eu nem estava cá.
O Orador: — Pelo menos estava em em pinto, o em outras sessões defendeu essas autorizações.

Agora vê-se que elas de nada serviram, pois não é com decretos que só modificam os câmbios.

Muitos apoiados.

E eu a êste respeito desejo até, Sr. Presidente, ouvir a opinião do Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças, pois tenho o máximo empenho em sabor que propostas ou projectos de lei existem pendentes que possam até certo ponto modificar a carestia da vida.

Desejava igualmente que o Sr. Velhinho Correia nos indicasse quais os projectos ou propostas do lei que existem pendentes, que mereçam o nosso estudo imediato, e até, em sessões matutinas, dos quais possam resultar uma melhoria do situação para o povo e para o Estado.

Isto é nem mais nem menos, que uma ária que se canta, já muito gasta, e assim eu espero que o Sr. Velhinho Correia procuro justificar a sua proposta, dizendo-nos quais são êsses projectos; essas medidas salvadoras das quais tanto espera, vindo pedir mais êste sacrifício dos seus colegas, a fim de conseguir o seu intuito.

Eu sou na verdade, e em princípio, contra as autorizações pedidas fora da lei pelos Governos, por isso que os julgo sempre incapazes do bem usar delas.

Há na Inglaterra, uma lei que é conhecida por Lei de Salvação, em caso do perigo, a qual confere ao Poder Exe-