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8 Diário da Câmara dos Deputados

Vem então uma proposta, antes de serem apresentadas quaisquer medidas nêsse sentido, para a Câmara apreciar o problerna da carestia da vida, o isto para dar ao País a impressão do que só trabalha, passando o tempo a moer palavras, a apresentar alvitres do modo a não se produzir nenhum trabalho proveitoso o útil.

Apoiados.

Venham as propostas à Câmara e venham os-pareceres, das comissões. Então a Câmara concederá a urgência para a reunião extraordinária para a apreciação dessas medidas.

Assim, não é uma especulação.

Apoiados.

O Sr. Velhinho Correia disse, em resposta ao Sr. Jorge Nunes, que o fim da sessão extraordinária era, em primeiro lugar, para apresentar alvitres, e em segundo lugar para pedir ao Govêrno responsabilidades que porventura possa ter por faltas ao que por dever de cargo se lhe impõe.

O Sr. Presidente: — E a hora do passar-se à ordem do dia.

O Orador: — Então ficarei com. a palavra reservada.

O Sr. Presidente: — Está a acta em discussão.

É aprovada.

O Sr. Presidente: — Comunico à Câmara que o Sr. Fausto de Figueiredo, tendo recebido o oficio que a Mesa lhe enviou, com o resumo do que se passou na sessão, a propósito da carta em que S. Exa. renunciava o seu mandato, escreveu ao Sr. Baltasar Teixeira, primeiro secretário da Mesa, declarando persistir inabalàvelmente na sua primeira resolução.

A Mesa enviou a carta à comissão de infracções.

O Sr. Presidente: — Continua em discussão o parecer n. ° 584, contra projecto que modifica a tabela da lei do solo.

Está em discussão o n.° 27.

Sr. Vasco Borges: — O artigo em discussão trata do imposto do sêlo a pagar nos bilhetes de teatro. Trata-se do uma questão que envolve até certo ponto aspectos técnicos.

Diz-se neste artigo que o imposto de sêlo será do 10 por cento sôbre a receita bruta.

Estou convencido que o autor do projecto ao fixar esta percentagem se iludiu pelo falso aspecto da prosperidade das emprêsas teatrais.

Não é do estranhar que tal suceda, visto tratar-se do teatro, sugestionando o público, que julga que todas as pessoas que estão na sala de espectáculos pagam os seus bilhetes.

Posso citar até um caso anedótico, há muito tempo sucedido no teatro da Trindade.

Era ao tempo empresário Francisco Palha, que tinha montado uma peça na qual punha toda a sua esperança de êxito; porém tal não sucedeu, e então o engenhoso empresário lembrou-se do seguinte estratagema: afixou na bilheteira que se tinha esgotado a lotação. Foi o bastante para logo o público acorrer aquele teatro e ao fim de oito dias a peça tinha-se levantado.

Ora é assim que muitas vezes se sugestiona o público, o é dessa sugestão que deriva o dizer-se que as emprêsas teatrais ganham muito dinheiro. Nunca a situação da indústria teatral atravessou uma crise tam gravo como agora o torna-se incomportável êsse imposto, porquê o público não paga tudo quanto lhe pedem e neste momento não é possível aumentar os preços dos espectáculos.

Não é acreditável que empresa alguma, em voz de cobrar por um fauteuil 12$, os não cobrasse directamente, vivendo numa situação difícil.

Só não aumenta os preços é porque o público não paga mais, porque não pode.

Todavia os preços dos teatros não estão muito aumentados, porque em média só aumentaram 10 vezes.

Um fauteuil custava em 1918, em média, 1$ e hoje custa 10$ ou 12$, o que representa um aumento de 10 vezes e um camarote, que custava 5$, custa hoje 50$.