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4 Diário da Câmara dos Deputados

ocupar as cadeiras de Ministro, e agora respondo que não é necessário possuir muita inteligência para dizer o que eu disse.

Eu nunca chamei incompetentes aos Ministros apenas lhes tenho pedido que encarem de frente determinados assuntos, para se deminuir a carestia da vida Citei, por exemplo, a proibição da importação de automóveis e outros artigos do luxo, porque eu vejo muita seda e muita pele cara, numa ostentação de luxo que bem se podia evitar.

Algumas destas medidas já foram postas em prática pelo Sr. Ministro do Comércio, e eu desejava que o Sr. Ministro da Agricultura fizesse o mesmo.

No Teatro de S. Carlos há agora uma companhia estrangeira da ópera, e sei de indivíduos que deram 50 contos por uma assinatura de um camarote.

É assim que se vão para o estrangeiro as nossas riquezas!

Não apresentei ao Sr. Ministro da Agricultura nenhuma moção do desconfiança, não estou aqui para isso, mas para dizer a S. Exa. que trabalhe mais e estude manos, quero que S. Exa. combata os especuladores de todos os feitios, como em França combateu os nossos inimigos o como sempre combate os adversários da República.

É, isto que eu e o País queremos e reclamamos.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Cancela de Abreu (para interrogar a Mesa): — Sr. Presidente: os Deputados inscritos de véspera para falarem antes da ordem do dia preferem aos que só inscreverem depois.

Sendo assim como se explica que o Sr. Tavares de Carvalho continue há três sessões a usar da palavra antes de qualquer outro Deputado?

O Sr. Presidente: — É que o Sr. Tavares de Carvalho veio inscrever-se na Mesa.

O Sr. Francisco Cruz (em àparte): — Tem assinatura!

O Sr. Luís de Amorim: — Requeiro a V. Exa. que consulto a Câmara para que
entre imediatamente em discussão o parecer n.º 659.

O Sr. Sebastião de Herédia: — Requeiro a V. Exa., Sr. Presidente, para que, na devida oportunidade, consulte a Câmara sôbre se consente que entre em discussão o parecer n.a 522, vindo do Senado,

O Sr. Vasco Borges: — Sr. Presidente: antes de iniciar as minhas considerações, peço a V. Exa. a fineza de mandar saber se se encontra presente algum membro do Govêrno.

Pausa.

Dá entrada na sala o Sr. Ministro da Justiça.

O Orador: — Sr. Presidente: agradeço a V. Exa. 11 a solicitude com que atendeu o meu pedido, e ao Sr. Ministro da Justiça, que neste momento representa o Govêrno, eu desejo preguntar o seguinte:

Li há dias nos jornais que o Govêrno da República convidara o almirante e a oficialidade da esquadra inglesa surta no Tejo para um jantar que lhe tenciona oferecer numa casa em Lisboa, freqüentada por mulheres de mau porte o conhecida como casa de batota.

Eu quero crer que isto não seja verdade, porque ainda estou convencido de que o Govêrno da República, certamente, não convidaria os representantes de uma nação estrangeira para uma festa numa casa de má nota, que diariamente é freqüentada pela polícia, mas, para tranqüilidade de todos nós, eu muito desejava que o Sr. Ministro da Justiça informasse a Câmara sôbre a veracidade desta notícia.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Justiça e dos Cultos (José Domingues dos Santos): — Sr. Presidente: devo informar V. Exa. e a Câmara que nem sequer li a notícia a que o Sr. Vasco Borges fez referência.

Creio que da não tem o menor fundamento, porque se assim fôsse era natural que tivesse conhecimento dessa questão.

Todavia, o que posso afirmar é que o Ministro da Justiça não entrará numa casa, de batota.

Tenho dito.

O orador não reviu.