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6 Diário da Câmara dos Deputados

não representa mais do que verdadeira justiça. S. Exa. sabe que é fácil fazer crítica e todos a fazem como podem; no emtanto o que afirmo é que o empenho do Govêrno é o mesmo que S. Exa. manifestou.

Aproveito o ensejo de estar no uso da palavra para me referir a outro ponto.

O Sr. Tavares Carvalho levantou aqui uma questão que reveste para mim, pessoalmente, um aspecto de certo melindre, tendo eu, como Deputado, levantado na Câmara a questão da assemblea geral da Companhia das Águas e pedido as devidas sanções, mal me ficaria se, como Ministro do Comércio, não tratasse do assunto.

Devo dizer que vieram ao meu encontro as devidas informações, pois o Sr. João Barreira, delegado do Govêrno junto da Companhia, apresentou um relatório minucioso, e pelo qual se verifica que o accionista em questão foi «corrido», permitam-me V. Exa. o têrmo.

As palavras por êle proferidas não tiveram a aprovação da assemblea.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Tavares de Carvalho: — Sr. Presidente quando me referi ao caso da assemblea da Companhia das Águas, o que eu preguntei foi se o fiscal do Govêrno junto da Companhia tinha dado conhecimento do referido incidente ao Govêrno; não disse que êle não tivesse cumprido o seu dever, e folgo imenso com as declarações do Sr. Ministro.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Sr. Presidente: a minoria monárquica tem acompanhado com verdadeiro entusiasmo & viagem aérea dos dois ilustres oficiais Sarmento de Beires e Brito Pais, e, com verdadeiro orgulho de portugueses, temos seguido as diversas étapes dessa viagem, como já aqui, em circunstâncias semelhantes, acompanhamos à Câmara dos Deputados nas saudações calorosas a Gago Coutinho e Sacadura Cabral.

Estamos neste momento em presença dum empreendimento idêntico, e se as duas viagens aéreas se não podem confrontar em absoluto, a de Brito Pais e

Sarmento de Beires revela da parte dêstes dois briosos oficiais um rasgo de audácia e desprendimento da vida digno do maior aplauso.

Do nosso íntimo para êsse empreendimento vão todas as palavras de louvor e incitamento, que são poucas, a atenderem-se as circunstâncias em que realizaram o mesmo empreendimento.

Seria fácil aos dois oficiais esquivarem-se a realizar a viagem em face da injustificada atitude que o Govêrno assumiu para com êles. Mas não o fizeram.

As desculpas que o Govêrno tem apresentado para justificar o seu desinteresse não encontram no espírito público a menor justificação.

Fossem quais fossem as razões do Govêrno, só tinha de aceitar os factos consumados, e desde que aos aviadores foram conferidos documentos oficiais, êles não estão realizando o raid como simples particulares.

É inadmissível a atitude do Govêrno, que não hesitou, quando a viagem presidencial ao Pôrto, em enviar ao norte dois navios de guerra, como não hesitou em mandar ao estrangeiro missões cujos resultados financeiros se desconhecem, e que enviou e auxiliou as equipes que no estrangeiro foram jogar o foot-ball.

Diz o Mundo que se o Govêrno apresentasse um pedido para a abertura de crédito, a fim de custear as despesas da viagem, não faltariam os protestos dos monárquicos. Para provar exactamente o contrário, mando para a Mesa um projecto de lei.

Como se trata dum aumento de despesa, peço a V. Exa. que aguarde a presença do Sr. Ministro das Finanças para a admissão do projecto, e, caso seja admitido, requeiro a urgência e dispensa do Regimento, e que uma calorosa saudação seja endereçada a êsses dois ilustres oficiais.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Jaime de Sousa: — Sr. Presidente: a proposta de saudação do Sr. Cancela de Abreu aos ilustres aviadoras portugueses que vão a caminho de Macau leva-me a declarar porque doutra forma não teria podido falar nesta altura a V. Exa. que êste lado da Câmara se as-