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Sessão de 29 de Abril de 1924 7

sócia calorosamente a qualquer voto de saudação, ou a qualquer voto que tenda a exaltar ainda e sempre o gesto arrojado e heróico dêsses portugueses.

Hoje congratulo-me, como da outra vez em que tive a honra de versar êsse assunto, com todas as homenagens prestadas, e faço-o gostosamente, não só em nome dêste lado da Câmara, mas em meu nome pessoal. Todos os portugueses neste momento vibram em uníssono no mesmo sentimento, em face do feito altamente patriótico que estão realizando os ilustres aviadores.

Nestes termos, entendo que o voto de saudação tem toda a oportunidade.

Quanto ao projecto de lei preconizando a votação da verba para custear as despesas dessa viagem, julgo indispensável que o Sr. Ministro das Finanças esteja presente para dizer o que se lhe oferecer acerca da admissão e dos outros trâmites que tem de seguir o projecto de lei, porquanto a Mesa e a Câmara não podem aceitar êsse projecto em face da lei-travão.

É necessário que o Parlamento, sentindo bem as vantagens è os intuitos patrióticos do raid, descubra a fórmula de pràticamente, autorizar as verbas que porventura sejam julgadas indispensáveis para êsse raid terminar com honra para nós.

Portanto, julgo interpretar o sentimento da Câmara propondo que se aguarde a presença do Sr. Ministro das Finanças, para vir dizer o que pensa sôbre a oportunidade do projecto de lei, ou quais as medidas que tomou para financiar a viagem que várias subscrições patrióticas estão auxiliando.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Hermano de Medeiros: — Sr. Presidente t em nome dêste lado da Câmara, associo-me ao voto de saudação aos heróicos aviadores.

Desejo fazer também algumas considerações sôbre essa viagem, que se me afigura não ser monos valiosa do que a viagem transatlântica»

Sr. Presidente: tenho assistido com pasmo à atitude do Govêrno que se tem conservado mudo e quedo, sem dar nenhum auxilio à viagem de Beires e Pais.

Apoiados.

Não compreendo que o Govêrno não dê sinal de si.

Apenas o Ministério da Guerra contribuiu para a subscrição nacional.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. António Correia: — Em nome do Grupo do Acção Republicana, associo-me à saudação proposta pelo Sr. Cancela de Abreu.

Acho êste ensejo oportuno para prestar as minhas homenagens e as dêste Grupo aos dois brilhantes aviadores, que tanta emoção tem despertado no País, mas não posso deixar de protestar contra a atitude assumida pelo Sr. Cancela de Abreu e pelo Sr. Hermano de Medeiros que pretenderam atacar o Govêrno, dizendo que êle tem ficado indiferente perante o raid a Macau, quando a verdade é que o Govêrno tem acompanhado com todo o carinho e patriotismo êsse maravilhoso raid, em que os nossos aviadores têm dado as maiores provas da sua bravura.

Apoiados.

O Sr. Ministro da Guerra já teve ensejo de exprimir na imprensa o pensar do Govêrno acerca do raid de Lisboa a Macau.

Sr. Presidente: quem analisar a sangue frio o sem parti-pris a situação presente, não pode de forma alguma atribuir ao Govêrno responsabilidades pelo silêncio que êle tem tido, porque o Govêrno fez: as declarações que no momento podia fazer.

O Sr. Hermano de Medeiros (interrompendo): — Quais declarações?

O Orador: — Disse o Sr. Ministro da Guerra, clara e terminantemente, na sua entrevista., que ao Govêrno não era indiferente o raid Lisboa-Macau, que lhe dispensava toda a atenção e que naquele momento, em que estava fechado o Parlamento, não podia dizer mais nada, mas que logo que o Parlamento reabrisse se apressaria a fazer tudo o necessário para auxiliar a realização do raid.

Assim, quando vemos que o Govêrno tem recebido do todos os pontos do País provas inequívocas de confiança, é para lastimar que a propósito dêste caso se