O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Seêàào de 10 de Maio de 1924

O comandante da divisão telefonou-me à comunicar a breve realização do raid.

Insisti com S. Ex:a para que me fôsse participada a hora da partida, mas nada consegui, repito, saber a tal respeito.

Tenho procurado ocultar êste facto à Câmafftj ptíi1 lhe não encontrar fácil e satisfatória explicação, mas dada â insistência do Sr. António Maia em afirmar que o Govêrno não quis comparecer à partida dos aviadores, eu não posso^ nem devo deixar de o apontar.

Sr. Presidente": o raid que neste íno-inento estão levando a efeito e por maneira a prestigiar a raça a que todos nós pertencemos iniciou-se em condições muito diversas daquelas em que se realizou o raid Lisboa-Eio de Janeiro.

Pura êste houve o consenso do Govêr-no5 do Parlamento e dá Nação;

Para o raid Lisboa-Macau não houve quaisquer negociações com o Govêrno, terido-se resolvido que êle se efectuasse sem qualqver encargo para o Estado.

O raid iniciou-se, por Consequência j sem fundos .próprios e esta circunstância só vai em abono do espírito audaz de quem o empreendeu, e maior realce dá à sua realização, que o País inteiro vem acompanhando com 'verdadeiro carinho *».

O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — O

País inteiro, menos o Govêrno.

O Orador:—É uma frase*..

O,Sr. Paulo Cancelado Abreu:—^0 Govêrno contribuiu com qualquer quantia? Sussurro.

O Orador:—O Govêrno não contribuiu realmente com qualquer quantia, mas isso não constitui novidade nenhuma.

Ainda há pouco o declarei.

Isso porém mão quero dizer que o Go-vêrnoj e muito especialmente o Sr. Ministro da Guerra, se não tenha interessado pelo bom êxito do raid

O Sr. Ministro da Guerra é um daqueles oficiais que não precisam que outros venham em defesa dos seus actos (Apoiados) ou apresentar uma eoríidao do seu bom senso e da sua valentia.

Muitos apõictdotí.

Se êii tivesse de apelar para o fazer, para o testemunho de alguém, bastar-me-ia

o do próprio Sr. António Maia, que dom S. Exa. bravamente se bateu em terras de França;

O Sr: António Maia sabe muitíssimo bdm o que foi a acção do capitão Américo Olavo j e certamente ainda se não esqueceu do formidável raid realizado pOr Si Exa., raid que durou per-to de duas horas e foi o maior que tropas portuguesas realizaram às linhaâ alemãs, tam grande que eu no meu pôsto d© comandante de artilharia cheguei â» receiar pela sua vida e pela vida daqueles que tinham f partido sob as suas ordens.

O Sr. Ministro da Guerra é um português de lei, cujo patriotismo não teme confrontos de qualquer espécie.

Apoiadoê.

O Sr. António Maia foi pois absolutamente injusto nas referências que fez à atitudo de S.- Exa.

Sr. Presidentes termino estás minhas breves palavras não com eloquência, porque á não posâuo, mas tíom a afirmação sincera do que o Govêrno, embora. não tenha auxiliado os aviadores que vão a caminho de Macau, pecuniàriamcnte, não deixa de dar toda a sua solidariedade a êsses heróicos portugueses que tam no- , bremente procuram elevar bem alto o nome de Portugal.

Tenho dito.

O orador não reviu.

, Vozes: — Muito-bem.

Lê-se a moção enúiadá para a Mesa pelo Sr. António Maia, cuja admissão é rejeitada t

O Sr. Paulo Cancela dê Abíeu: — Ee-queiro a contraprova e invoco o §. 2;° do artigo 116.°

Procéde-se à contagem.

O Sr. Presidente : — Estão de pé 33 Srs« Deputados e sentados 30. Está, portanto, rejeitada a admisáão.

O Sr. António Maia i — Sr. Presidente: começo por estranhar que um membro do GovOrno, tratando-se duma moção em que êle se encontrava envolvido, estivesse presente durante a votação.

Em resposta ao Sr. Ministro do Interior, tenho a dizer primeiro que d tíhtífe do estado maior da l.a divisão