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Diário da Câmara dos Deputado*

O Sr. Lopes Cardoso : — Os jornais do Pôrto relatam que acontecimentos graves nessa cidade se têm dado.

O Sr. Presidente::—V. Exa. só pode falar nos assuntos em discussão. Trocam-se apartes.

O Sr. António Maia: —Kelativarnente à afirmação do Sr. Ministro da Guerra, de que não teve conhecimento de pedido algum de subsídio, devo dizer que vi uma nota da Secretaria da Guerra recusando os 25$ podidos pelos nossos aviadores.

O Sr., Ministro da Guerra (Américo Olavo) : — É possível o que V. Exa. diz, más não tenho idea alguma. De resto, há muitos assuntos que nem sequer me passam pela mão.

Agora o que repito é que disse ao Sr. Director Geral de Aeronáutica que dava todo o apoio -moral e material para que .os aviadores continuassem no seu empreendimento.

O Orador: — Tenho pena que as notas enviadas por V. Exa. à Direcção Geral de Aeronáutica contrariem o que V. Exa. diz.

© Sr. Ministro da Guerra (Américo Olavo): — Se forem necessários os 25$ , para os aviadores eu dou-os, mas foi o próprio Director Geral de Aeronáutica que me disse que tinha todos os recursos.

O Orador: — O que eu digo é que isso são só palavras, porque os factos desmentem V. Exa. Assim, V. Exa. põe tudo ao dispor dos aviadores, mas pede-se-lhe dinheiro e V. Exa. diz que não.

Mas ainda falou S. Exa. para provar bem o amor e carinho que dava ao raid, na promoção dos oficiais. Devo dizer que o carinho é tanto que tendo a proposta de lei passado aqui sem discussão, até agora ainda não passou no Senado.

O Sr. Ministro da Guerra (Américo Olavo): — V. Exa. conhece perfeitamente as condições em qve funciona o Senado.

Apoiados.

O Orador:—Mas há'tantos projectos que não vão às secções, indo directamente às sessões plenas! £ Porque não se pediu dispensa do Regimento para isso?

Ainda S. Exa., sem ar de comparação, mas comparando no fundo, quis pôr em paralelo a viagem do aviador francês e a dos nossos aviadores. A isso respondo que são os próprios jornais franceses que põem em 'destaque o nosso raid, dizendo que a viagem foi feita num avião sem características especiais.

O Sr. Ministro da Guerra (Américo Olavo):—Mas fui exactamente eu quem fez a comparação a favor dos nossos aviadores!

O Orador: — V. Exa. fez isso, mas apenas para provar o,carinho 'do Govêrno para com o raid.

Sr. Presidente: provei e deixei bem expresso que o carinho com que o Govêrno tem apoiado o raid é apenas fictício, e mais nada.

Tenho dito.

O orador tião r&ciu*

O Sr. Presidente: — O Sr. Morais Carvalho deseja ocupar-se em negócio urgente dos últimos «tentados cometidos em -Lisboa. Os Srs. Deputados que aprovam queiram levantar-se.

É rejeitado.

O Sr. Carvalho da Silva:—Requeiro a contraprova e invoco o § 2.° do artigo 116.°

Procede-se à contraprova.

O Sr. Presidente: — Eejeitaram 15 Srs. Deputados e aprovaram 48. Tem a palavra o Sr. Morais Carvalho.,

O Sr. Morais Carvalho: — Sr. Presidente : começo por agradecer à Câmara o favor de ter consentido que eu usasse da palavra, prometendo-lhe, em compensação, ser muito breve. " Sr. Presidente: desde há muito que neste país se vêm dando atentados que cada vez são^mais constantes e que trazem justamente alarmada a opinião pública, e é que é mais grave é que a êsses atentados vem correspondendo uma impunidade que é já pasmosa, a tal ponto