O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

l'J

Diário âa Câmara ao* Depufado*

O Sr. Carlos Olavo (em aparte): — Foi apenas uma frase.

O Orador:—Eu julgo que o Sr. Ministro do Interior não precisa da coadju-vação do Sr. Carlos Olavo.

O Sr. Carlos Olavo (interrompendo): — Eu estou no meu direito de fazer qualquer observação.

O Orador:—V. Exa. está no seu direito det fazer qualquer observação, desde que eu lha consinta;

•O Sr. Carlos Olavo '(interrompendo}: — V.'Ex.a estava a tirar conclusões forçadas da frase do Sr. Ministro da Guerra.

/ •

O Orador: — Eu tenho muito prazer em ouvir as apartes de V. Exa. Queira V. Exa. ft iníerroniper-me. Pausa,

O Orador: — O Sr. Ministro do Interior declarou que não há o estado de sítio -no rôrio, mas nos jornais vem publicado um edital que não confirma as suas palavras.

Reconhece V. Exa. como autoridade competente para agir em nome de V. Exa. o comandante militar do Pôrto, publicando o edital que publicou?

Em virtude dêsse edital estão suspensas as garantias no Pôrto.

Foi com autorização do Sr. Ministro do Interior que isso se fez? >

Com estas perguntas termino as minhas consideraco.es, aguardando a resposta .do Sr. Ministro do Interior..

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro dtf Interior (Sá Cardoso):— Em resposta a V. Ex=a devo dizer que o Sr. governador civil, na possibilidade de alteração da ordem pública e sentindo que não a podia manter, entregou ao comandante da divisão êsse encargo. E claro que S. Exa. não teve tempo de me consultar, mas eu assumo a responsabilidade do acto praticado pelo Sr. comandante militar do Pôrto, no legítimo direito das funções, do que está investido,

As garantias não estão suspensas no Pôrto ...

O-Sr. Lopes Cardoso (interrompendo) : — Desejava saber se V. Exa. ine garante as minhas liberdades de cidadilo se eu fôr ao Pôrto.

O Orador: — Se V. Exa. fôr ao Pôrto e não se meter em desordens tem todas as garantias. No caso contrário V. Exa. sabe que não há nunca o direito de perturbar .a ordem.

Muitos apoiados.

Respondendo ao. Sr. Morais de Carvalho devo dizer a S. Exa. que todos sabem que se têm dado atentados que têm ficado impunes.

Tomei a seguinte resolução: todas as vpéssoasique neste momento são suspeitas em Lisboa de andarem metidas por aquelas associações secretas em que se decreta a pena de morte devem ser detidas para ver se assim se consegue descobrir os assassinos que nestes últimos tempos tanto têm alarmado a população pacíficíx de Lisboa.

•Dei as ordens mais terminantes para que êsses homens sejam perseguidos.

A cidade de Lisboa, o País inteiro, não podem continuar á mercê, dos díscolos que tanto têm perturbado o seu sossego.

Sou pessoa avessa, por temperamento, a violências, contemporizo tanto quanto posso, mas desde que me levam para o campo das violências, não me recuso a entrar nelas. •

A greve dos transportes existente em Lisboa estaria por assim dizer solucionada se não tivesse vindo do Pôrto uma comissão que veio mudar por completo a opinião dos grevistas de Lisboa. Essa comissão colocou a questão num tal pé que só poderia resolver-se a greve se o Govêrno entendesse curvar a cabeça e aceitar todas as imposições feitas.

Não é que não reconheça justiça nalgumas das suas reclamações, fui eu o primeiro a reconhecê-la, prometendo trazer à Câmara uma modificação à lei,

Não aceitaram essa transigência, respondendo-me, com sete pedras na mão e eu entendo que não podia ir mais além.

Desde que na cidade do Pôrto se enveredou, pelo caminho tia violência, respondi com a violência,