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Sessão de 27 de Junho de 1924 5

nem ordenar as despesas, e nestas circunstâncias pregunto o que tem V. Exa. a dizer acerca dêste problema tam gravo para a vida da Nação.

,;Cessa por completo a vida nacional em 30 de Junho, ou continuamos a discussão da lei de meios ?

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — V. Exa. fez uma pregunta à Mesa acerca da discussão do Orçamento Geral do Estado.

Citou V. Exa. várias disposições do Regimento, que dão à Presidência a faculdade de marcar e dirigir os trabalhos da Assemblea.

Sabe, todavia, V. Exa. que, por uma praxe de há muito estabelecida pela Câmara, foi adoptado o sistema de dispensar certas formalidades regimentais e de alterar a ordem dos trabalhos.

Dados êstes costumes, que não são fàcilmente modificáveis, V. Exa. compreende que a Mesa não pode fazer outra cousa senão acatar as deliberações da Câmara.

Emquanto a Câmara não tomar qualquer decisão em contrário, a Mesa continuará a pôr os orçamentos em discussão, como tem feito até aqui.

S. Exa. não reviu.

O Sr. Abílio Marçal (em nome da comissão do Orçamento): — Acho de aceitar as considerações do Sr. Velhinho Correia, e exactamente para tratar do mesmo assunto peço a V. Exa. se digne consultar a Câmara sôbre se permite que a comissão do Orçamento reúna durante a sessão.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — O requerimento de V. Exa. será submetido à votação da Câmara quando houver número.

O Sr. Francisco Cruz: — Sr. Presidente: desejando eu pôr uma questão ao Parlamento, e como sôbre ela terá de recair uma votação, peço a V. Exa. a fineza de me informar se há número.

O Sr. Presidente: — Não ha número para deliberações.

O Orador: — É que eu desejava a presença do Sr. Ministro do Comércio ou do

Sr. Nuno Simões, porque me consta que S. Exa. me quere prestar uma informação que eu tenho muito prazer em ouvir.

Nestas condições peço a V. Exa. que me reserve a palavra para quando S. Exa. estiver.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. João Camoesas: — Desejava pedir a V. Exa. para serem incluídos na ordem do dia os pareceres n.ºs 626 a 629.

O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Sr. Presidente: vi há dias nos jornais uma notícia que à primeira vista se me afigurou como sendo o anúncio de um leilão de móveis.

Dizia assim:

«32 aparadores, 12 armários, 1:078 mesas diversas, 1:669 cadeiras, 341 espelhos, 621 lavatórios, 1:078 leitos de ferro com colchoaria de arame, 611 mochos, 8 sofás, 14 fauteuils, 55 bancos de jardim, 1 riquíssimo serviço de cristófle composto de 313 colheres de chá e café, 102 de doce, 133 de sopa, 309 facas, 254 garfos, 21 açucareiros, 15 bandejas, 17 bules, 21 cafeteiras, 3 conchas, 9 galheteiros, 29 leiteiras, 6 talheres de trinchar, 8 de salada e 23 espetos, e mais 764 colheres, 949 garfos, 951 facas, bandejas, galheteiros, 347 tapetes, 1 rica bataria de cozinha, em cobre, 1 instalação completa de lavandaria com barreleiras, máquinas de espremer e de engomar, estufa, etc., 1:630 cobertores, milhares e milhares de lençóis e em colchoaria de lã, 396 almofadas, 103 colchões e 105 travesseiros, e de palha, 1:907 colchões, 940 enxergões e 1:008 travesseiros».

Mas, afinal, enganara-me.

Não se tratava de um leilão.

Tratava-se do saque ao Lazareto!

Sr. Presidente: já vagamente um Sr. Deputado da maioria se referiu a êste assunto; mas o Sr. Ministro do Trabalho, encarando-o como uma cousa vulgar, corrente, de mero expediente, disse que ia tomar e apurar responsabilidades.

Já na imprensa se tem feito referência a êste caso imputando culpas ao Instituto Nuno Álvares.