O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

16 Diário da Câmara dos Deputados

importa que caiam os Governos ou que surjam outros, o que queremos é que os negócios públicos corram bem, e dentro desta orientação o Governo pode contar com a colaboração dêste lado da Câmara até onde fôr possível. Eu chamo especialmente a atenção do Govêrno para dois pontos: a moralização dos serviços públicos e - a redução dos mesmos.

Diz o Govêrno na sua representação que o preocupou principalmente o problema económico; é bom também que não esqueça o problema moral, e a liberdade religiosa é uma condição indispensável para a boa resolução dêste problema.

É necessário também que o exército seja reduzido não só porque isso importa uma deminuição sensível nas despesas públicas, mas também porque é preciso dar braços à agricultura e aumentar a produção nacional.

Dito isto, Sr. Presidente, eu quero referir-me a duas afirmações feitas pelo ilustre Deputado Sr. Vitorino Guimarães.

Disse S. Exa. que tinha pena da queda do Govêrno do Sr. Álvaro de Castro.

Não o acompanho nesses sentimentos.

O Govêrno transacto assinalou-se em medidas que são um verdadeiro atentado contra a ordem pública do País e evidenciou-se dessa forma especialmente pelas pastas da Justiça, Instrução e Interior.

Outra frase do ilustre leader da maioria com á qual não concordo é de que se caminha para as esquerdas.

Sob o ponto de vista económico não há dúvida dê que a Humanidade caminha para profundas alterações; mas sob o ponto de vista religioso mais uma vez se demonstra nos tempos que vão correndo que êsse fenómeno é à base da moralização dos serviços públicos, e é a demagogia na religião que se opõe à resolução dos grandes problemas que estão atormentando a vida nacional.

Êste facto é tanto mais lamentável, quanto é certo que a igreja, que traduz os fenómenos religiosos na sua forma mais perfeita, não tem hoje nenhuma função do Estado.

Tiraram-lhe todos os bens. Esta agindo independente.

Não necessita do Estado.

Quere apenas que lhe respeitem as liberdades fundamentais que se concedem a todas as instituições do País.

Não quere situação privilegiada.

Quere que lhe respeitem os direitos comuns.

Fixado êste ponto de vista, é esperando que o Sr. Presidente do Ministério e todos os outros membros do Govêrno se orientem por êle, ,eu concluo por onde comecei.

Dou as boas vindas ao Govêrno e faço votos pelas prosperidades do seu Presidente e de cada um dos seus Ministros, certo, porém, de que essas prosperidades coincidirão com as prosperidades nacionais.

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Presidente: — São horas de encerrar a sessão.

A próxima sessão é amanhã, com a seguinte ordem dos trabalhos:

Antes da ordem:

A de hoje.

Ordem do dia:

Debate político e a de hoje.

Está encerrada a sessão.

Eram 19 horas e 20 minutos.

Documentos mandados para a Mesa durante a sessão

Projecto de lei

Do Sr. Amadeu de Vasconcelos è mais quatro Srs. Deputados, autorizando o Govêrno a nomear segundo secretário de legação, o terceiro oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros, bacharel Luís António Ferreira de Sousa.

Para o «Diário do Governo».

Pareceres

Da comissão de guerra, sôbre o n.° 686-A, que abre um crédito de 1:200.000$ a favor do Ministério da Guerra para compra de medicamentos para a Farmácia Central do Exército.

Para a comissão de finanças.