O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

12 Diário da Câmara dos Deputados

O Sr. Afonso Costa, é claro, segundo o costume, deu a resposta que todos conhecem.

Então foi chamado o Sr. Álvaro de Castro para de novo constituir Ministério.

Sou das pessoas que têm discutido muito o Sr. Álvaro de Castro, por vezes com decisão e desassombradamente.

Em todo o caso os ataques ficavam muito aquém dos que me fizeram; e eu enjeito a honra de ter derrubado o Sr. Álvaro de Castro, pela sua política financeira, pois que essa honra pertence intacta à maioria.

Apoiados.

Como se compreende que êsse partido convidasse o Sr. Álvaro de Castro para de novo formar Ministério?

Pois então a farçada que começou há uns tempos para cá, continua?

Mas o, Sr. Álvaro de Castro o que quere dizer na sua carta?

Não havendo maneira de constituir um Ministério democrático, só havia a dissolução.

Se S. Exa. não tinha êste intuito a verdade é que nós não queremos saber das intenções de quem quer que seja. O que aqui está, é quê a dissolução seria a única solução para a crise política.

Isto tudo resulta em uma cousa desprestigiante. São brincadeiras de criança. Isto não se chama solução de crises. Chama-se enredar crises; chama-se complicar acontecimentos. Procura-se dar a aparência de vida a uma cousa morta.

No momento em que todo êste artifício se revela pelo movimento das figuras da República, aparece colado nas paredes de Lisboa um papelinho das juntas de freguesia, dizendo que é necessário dissolver o Parlamento.

E vamos lá com Deus!

Nós próprios reconhecemos que isto é verdade.

Reconhecemos que o outro Parlamento que vier, saído das mesmas inspirações políticas, do mesmo embate de paixões, sem a situação política estar esclarecida, será ainda pior que êste. Ainda se hão-de acentuar mais as divergências entre a província e Lisboa, prevalecendo as mesquinhas paixões locais; porque os Deputados serão impostos não pela sua capacidade mas pelo que souberem dizer dos interêsses locais. O Parlamento sairá da mesma política de que saiu a constituição dêste: os partidos a fingirem de fortes sem o serem, porque não são um agregado homogéneo de homens, mas elementos dispersos duma política de caciquismo;

O Parlamento a dominar, sujeito às mesmas paixões, repito, tenho a convicção de que será ainda pior que êste. Mas a verdade é que, pelos seus actos, êste Parlamento condena-se a si próprio constantemente.

Não apoiados.

O Sr. Álvaro de Castro não deixava a porta aberta para nenhuma solução da presidência de democráticos, esgotado o recurso do Sr. Afonso Costa, Abriu, porém, por fim outra porá: aquela por onde saiu o Sr. Rodrigues Gaspar. S. Exa., o Sr. Presidente do Ministério, teve todavia de lutar com concorrentes.

Eu sou das pessoas que acreditam piamente que o Sr. Rodrigues Gaspar não desejava que lhe entregassem a constituição do Ministério, e que não ,andou com intrigas para ocupar agora aquele lugar; fê-lo talvez mais por sacrifício e assistência ao Partido Democrático 4o que por outra cousa. Mas, moviam-se ambições; lutavam os galos.

Ouvia-se o clarim de guerra do Sr. José Domingues dos Santos, a quem, sentindo aproximar se o Poder, já tremiam as pestanas.

Risos.

Ouvia-se ainda gemidinho no Diário dê Notícias os sons da guitarra do Sr. António Maria da Silva, e ao faduncho gemido, de S. Exa. respondia num tem surdo, com os bordões da sua viola, o Sr. Rodrigues Gaspar.

Risos.

O que triunfou?...

Sempre acreditei que na vida triunfam os homens persistentes, e que não fazem muito barulho, os homens que andam, caminhando com segurança, sobretudo quando os não move uma grande ambição pessoal.

Pregunto eu agora: O Sr. Rodrigues Gaspar julga estar a cumprir um dever, o de servir o País?...

Dizem os jornais e não sei o que haverá 4.e certo nisso, que quando se dividiam os votos entre o Sr. Rodrigues Gaspar e o Sr. José Domingues dos Santos, de re-