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Sessão de 16 de Julho de 1924 5

Mal ficaria à própria Constituição da República, se no Parlamento não houvesse quem se importasse com isto, tanto mais que eu já fui vítima do mesmo abuso que se vem agora praticando.

Outro assunto quero levar à consideração da Câmara.

Desejo propor que esta casa do Parlamento exare na acta um voto de congratulação pelas melhoras do Sr. António José de Almeida.

Dando-se a circunstância de passar amanhã o aniversário natalício do ilustre cidadão, proponho também que uma deputacão delegada desta Câmara procure nesse dia o ilustre cidadão Sr. António José de Almeida para lhe transmitir aqueles votos, se porventura a minha proposta fôr aprovada.

Sr. Presidente: o Sr. António José de Almeida exerceu dentro da vida republicana, antes e depois da implantação da República, um papei de tamanha importância, de tamanha evidência, onde patenteou tam notáveis qualidades de talento e de carácter, que dispensam todas as palavras elogiosas. Apenas lembrarei a V. Exa. que a sua palavra de tribuno, em certa altura da propaganda republicana, encarnou toda a aspiração do povo da nossa terra.

Apoiados.

Por dotes essenciais de inteligência, o Sr. António José de Almeida foi entre os grandes tribunos da propaganda incontestavelmente o que mais caracterizadamente soube vincar as aspirações populares.

Depois de implantada a República, nesta casa, do Parlamento; e principalmente como Presidente da República, deu tamanho realce à maneira como desempenhou as suas funções que não fica mal aos novos dizer em voz alta aquilo que sentimos, e que vem a ser que S. Exa. é um verdadeiro exemplar de cidadão que possui todas as qualidades boas que um homem pode ter.

Como Presidente da República, S.Ex.a teve de representar Portugal junto da grande nação irmã, que é o Brasil, e a sua palavra vincou bem a profunda amizade que existe entre os dois povos. Ainda hoje, no seu catre de doença, o Sr. António José de Almeida manifesta qualidades de austeridade de tal ordem, manifesta virtudes morais tam acentuadas, que não é exagero afirmar-se que êsse homem representa aquele tipo de moral e austeridade republicanas que se torna mester seguir, a fim de que a República seja o que era na aspiração e no desejo daqueles que a proclamaram em

Sr. Presidente: por todas estas razões afigura-se-me que cumpro um acto de elementar justiça pedindo a V. Exa. que proponha à Câmara, como já disse no início das minhas considerações, a aprovação dum voto ardente e caloroso pelas melhoras dêsse grande republicano, tanto mais que, manifestando-se a Câmara nesse sentido, dignifica-se a si própria, porque cumpre um elementaríssimo dever de justiça.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Marques Loureiro: — Sr. Presidente: em nome dêste lado da Câmara, desejo associar-me ao voto proposto pelo Sr. João Camoesas pelas melhoras da alta figura que se chama António José de Almeida.

Não é oportuno o ensejo para celebrar as suas virtudes, mas para prestar a êsse grande português e republicano aquela comovida homenagem que, por todos os títulos, lhe é devida. António José de Almeida foi um homem que se sacrificou pela República; hoje é um mártir que sofre.

Pouco valerão para S. Exa. as nossas saudações e agradecimentos; mas, todavia, elas são uma gota de bálsamo para os seus padecimentos.

Sr. Presidente: associando-nos sinceramente ao voto do Sr. João Camoesas cumprimos um dever, e pagando essa dívida mais alto ficamos no seu débito, porque mais devedores nos confessamos.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Viriato da Fonseca: — Sr. Presidente: em nome do grupo da Acção Republicana, desejo também associar-me ao voto proposto pelo Sr. João Camoesas.

O nome do Sr. António José de Almeida impõe-se por tal forma a todos os republicanos que êles têm por S. Exa. o maior respeito e admiração. Sentindo pró-