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10 Diário da Câmara dos Deputados

cação pela causa pública, esta é uma delas.

Apoiados.

É porque neste Partido muitas vezes se tem pensado que acima das conveniências políticas, até de pôr em execução imediata certos princípios existentes no seu. programa, tem de se atender às circunstâncias políticas de momento, de maneira que o seu serviço seja pôsto completamente à disposição do bem do País.

Apoiados.

E assim já aqui se levantou o caso de relativamente ao empréstimo de 6,5 por cento, ter o Partido de ceder perante circunstâncias úteis que o Govêrno de então teve de atender.

Mas era do conhecimento do ilustre Presidente do Ministério anterior que o Partido Democrático entendia que era necessária uma recomposição ministerial, e assim a sua moção da autoria do Sr. Vitorino Guimarães dava essa indicação.

Tanto, porém, não havia deslealdade que o Partido que votou essa moção continuava a indicar o nome de S. Exa. para a constituição do novo Govêrno, e só depois de S. Exa. a entender que o Partido lhe devia dar apoio em determinadas condições que claramente estabelecia é que era absolutamente impossível ao Partido referido, levando-o a declinar êsse encargo, é que o Partido Democrático indicou o meu nome.

Não há, pois, nisto; qualquer deslealdade, como do resto muito bem o explicou o Sr. Álvaro de Castro quando falou.

Apoiados.

Disse mais o Sr. Cunha Leal que o Partido Nacionalista tinha tido duas desilusões relativamente à minha pessoa. A primeira era a que dizia respeito à questão Norton de Matos, a segunda a que respeitava ao prosseguimento da política financeira do Sr. Álvaro de Castro.

Não está no seu lugar o Sr. Rodrigues Gaspar que na Câmara se insurgiu contra a solução Norton de Matos, mas posso afirmar a V. Exa. que o que se criticou ao Govêrno transacto não foi a nomeação do Sr. Norton de Matos para embaixador em Londres, mas sim o facto de o Govêrno ter cedido na saída de S. Exa. de Alto Comissário de Angola.

Foi assim que foi posta a questão, e é assim que ela deve ser encarada!

O Govêrno actual encontrou já Angola sem o seu Alto Comissário e encontrou em Londres o Sr. Norton dê Matos.

Não tem, portanto, nada a opor ao que encontrou já feito, nem surgiram razões para desfazer aquilo que já estava feito. Não há, por conseqüência, contradição alguma nas suas ideas!

O Sr. Cunha Leal: — V. Exa. pode dar-me um esclarecimento apenas para meu entendimento particular?

Qual foi a significação do protesto de V. Exa.?

O que queria V. Exa. dizer com a classificação de aventureiros políticos que empregou?

Pregunto ainda a V. Exa. se, já depois de estar na Presidência do Ministério e antes de o Sr. Norton de Matos ter apresentado as suas credenciais em Londres, não teve conhecimento de mais actos desastrosos do Sr. Norton de Matos para o levar a supor um maior perigo na sua saída de Angola.

O Orador: — Tirarei satisfação às preguntas de V. Exa.

Quaisquer factos que tivessem vindo ao conhecimento do Govêrno conseqüentes da administração do Sr. Norton de Matos em Angola, já depois da sua demissão, não podiam levá-lo a exonerar S. Exa. ou tomar quaisquer, medidas contra êle, porque isso não resolveriam em nada o caso.

Apoiados.

O Sr. Cunha Leal (interrompendo}: — Então para que foram os protestos de V. Exa.?

O Orador: — Porque dava-se a circunstância de eu ter sido Ministro das Colónias por largo tempo, e estava convencido que o Sr. Norton de Matos tinha que levar a cabo a grande obra que era necessário fazer em Angola.

Atacando um dos mais altos elementos do meu partido eu ficava cem autoridade para levantar a voz contra actos de que discordasse, viessem donde viessem, ninguém me podendo acusar de parcialidade ou sectarismo.

É esta a explicação da minha atitude.