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Sessão de 16 de Julho de 1924

A Câmara tora ocasião de ver que S. Exa. será como que o clarim das ideas mais avançadas; mas realizadas com ponderação e experiência.

Sr. Presidente: quem está na pasta da Instrução?

Já tive ocasião e a Câmara de ver coma o Sr. Ministro da Instrução se desempenhou do seu lugar quando passou pela pasta da Justiça.

Hoje ocupa a pasta da Instrução.

S. Exa. é um professor distinto e respeitado (Apoiados), e há-de administrar garantindo que porá todo o seu estorço e valor para, dentro dos recursos de que o país dispõe neste momento, servir a instrução.

Está na pasta do Trabalho o Sr. Dr. Xavier da Silva. Não podia ocupar pasta mais em harmonia com os seus trabalhos e longos estudas, que lhe têm permitido acompanhar bem as condições sociais do país, e que não é para pôr de parte no momento actual.

Humoristìcamente disse-se que o tinha ido buscar à Morgue.

Eu achei graciosa. Não é verdade, mas podia sê-lo; pois não há tanto que estudar nos despojos humanos para tirar conclusões importantes para a marcha da sociedade?!

O Sr. Cunha Leal: — Ó se há!

O Orador: — As moções...

O Sr. Carvalho da Silva: - V. Exa. dá-me licença? Eu desejava que V. Exa. me dissesse, visto que estamos em regime parlamentar, qual é a moção que V. Exa. aceita, o que lho dá a indicação constitucional para que V, Exa. tenha a confiança da Câmara...

O Orador: — Não preciso de moções de confiança para nada, Desde que vim ocupar êste lugar em virtude duma maioria me apoiar, não preciso de moções de confiança.

O Sr. Carvalho da Silva: — Mas porque não aceita uma moção de confiança?

O Orador: — Sr. Presidente: vou responder ainda a uma pregunta que me foi
feita por um ilustre Deputado monárquico e se refere à questão da prata.

É muito simples o que penso sôbre a questão da prata, e se pode concretizar nisto: a existência de prata entre nós representa um mau acto administrativo.

O caminho a seguir é reduzir a prata a ouro. Êste é o verdadeiro caminho.

Não pretendo saber se foi embarcada de madrugada ou em outra qualquer hora.

É esta a resposta que concretiza todo o meu pensamento respeitante à questão.

O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Ora assim é que nos entendemos.

O Orador: — Vou findar as minhas considerações, supondo ter respondido a todos os oradores que falaram; mas farei um apelo à Câmara: é que considere bem que nenhum Govêrno se poderá manter sem que o Poder Legislativo lhe dê os meios para isso.

Não é a hora para qualquer exploração de ordem política partidária porque há assuntos muito graves que todos temos de estudar e resolver.

Tenho dito.

O orador vão reviu.

O Sr. Cunha Leal: — Não tencionava usar da palavra e não serei longo.

O que tenho a dizer poderia dizê-lo em àparte ao Sr. Presidente do Ministério, só S. Exa. no uso legítimo dum direito não tivesse indicado que não gostava que o interrompessem.

O Sr. Presidente do Ministério, e Ministro do Interior (Rodrigues Gaspar): — Acrescentei que responderia a V. Exa.

O Orador: — A partir dêsse momento, deliberei fazer estas considerações.

O Sr. Rodrigues Gaspar disse ter eu usado de humorismo.

Devo dizer que tenho por dever tratar as cousas que não são risíveis a serio; e não me rir das cousas tristes da vida portuguesa.

Tive, porém, um mostre, e êsse mestre foi o Sr. Rodrigues Gaspar, que mo deu excelentes lições de humorismo, ainda mesmo com cousas sérias.

Tudo quanto me caiba em glória, e