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18 Diário da Câmara dos Deputados

nha tido a coragem de declarar que repele essa política, isto justamente porque as conveniências políticas o fazem estar amarrado às imposições do Sr. Álvaro de Castro e do Sr. José Domingues dos Santos.

Sr. Presidente: eu deveria preguntar, se os homens que nesses jornais se apresentam como partidários do esquerdismo não terão feito fortuna, saindo da situação de miséria em que viviam.

Mudando de assunto, devo dizer que não me consta que o Sr. Presidente do Ministério respondesse às preguntas feitas com relação à questão religiosa, e desejava saber se perfilha a supressão da nossa legação junto ao Vaticano, e também sé segue a política do Sr. Bulhão Pato que está de acordo com a proposta do Sr. José Domingues dos Santos que quere restituir a sua primitiva pureza à Lei da Separação da Igreja do Estado, isto num pais que é católico, indo assim provocar perseguições às crenças do povo.

Sr. Presidente: não desejando alongar mais as minhas considerações para que se não diga que por minha causa se prolonga mais o debate termino desejando que o Sr. Presidente do Ministério responda aos pontos que foram referidos.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Rodrigues Gaspar): — Sr. Presidente: vou responder duma maneira clara e precisa às preguntas feitas pelo Sr. Carvalho da Silva, e devo mais uma vez agradecer às palavras amáveis que me dirigiu, e êste agradecimento representa com sinceridade o meu sentir.

Relativamente à prata, estou de acordo em que seja reduzida a ouro.

Quanto aos decretos publicados pelo Govêrno anterior não tenho a opinião de S. Exas., não os considero ditatoriais,

A Câmara, porém, se em qualquer altura considerar que são ditatoriais, poderá resolver o assunto e revogá-los.

Àpartes.

Por minha parte não vejo, para a administração pública, necessidade de modificar êsses decretos.

Com referência a outro ponto a que S. Exa. se referiu, pode estar S. Exa. sossegado porque a República não pretende espoliar ninguém, quer seja republicano ou monárquico.

A par dêsse sossêgo, que garante, a República tem o direito de se defender por todos os meios daqueles que a pretendam estrangular.

Apoiados.

Quem pretender trabalhar honestamente, sem levantar dificuldades à República, pode estar sossegado, que não será incomodado, porque a República só incomoda quem comete crimes.

Contra êsses será intransigente, e empregará todos os meios legítimos de defesa.

O Sr. Carvalho da Silva (interrompendo): — Desejaria que V. Exa. dissesse se está de acordo com aquele decreto do Sr. Álvaro de Castro que permite a compra de várias acções de companhias e se V. Exa. é de opinião que o Estado deve intervir na administração de emprêsas particulares.

O Orador: — O Sr. Carvalho da Silva quere saber se essas emprêsas podem levantar dificuldades à República sem o Govêrno intervir?

Àpartes.

O Sr. Carvalho da Silva (interrompendo): — V. Exa. é de opinião que o Banco de Portugal tem criado dificuldades à República?

Àpartes.

O Orador: -Todos as têm sentido.

Àpartes.

O Sr. Carvalho da Silva (interrompendo): — O Sr. Ministro das Finanças anterior não era dessa opinião, porque no outro dia declarou numa reunião que esperava que êsse Banco continuasse a prestar ao Estado a mesma colaboração.

Àpartes.

O Orador: — A minha acção não era de molde a que ninguém se assuste porque respeito o princípio de justiça que caracteriza o verdadeiro ideal republicano. Todavia quem alterar a marcha regular administrativa encontra-me pela frente no cumprimento do meu dever e pode estar certo