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Sessão de 16 de Julho de 1924 21

aumentaram os impostos, deixaram elevar o custo da vida em mais de 50 e 100 por cento, e, ainda por cima, têm o arrojo de defender esta negregada obra de destruição e de a impor a êste Govêrno como condição do seu apoio!

E sujeita-se o Sr. Rodrigues Gaspar, homem inteligente, e que se diz independente e desapaixonado, a esta subserviência degradante, preferindo continuar a desempenhar a missão macabra do seu antecessor, acorrentado a êle e a uma maioria cega, a proclamar bem alto a sua liberdade de acção, dizendo que o caminho é outro, e que Deus não o fadou para coveiro!

O Sr. Álvaro de Castro deixou o bacalhau a 11$!

Pregunto ao povo se foi para isto que deixou proclamar a República.

O Sr. Presidente do Ministério referiu-se especialmente a cada um dos Ministros elogiando-os.

A cada um me vou referir também, não pára os elogiar, mas sim para, apesar de adversário intransigente, lhes dar bons conselhos e lhes indicar um programa mínimo.

Ao Sr. Presidente do Ministério aconselho que se vá embora.

Ao Sr. Ministro do Interior lembro que deve cumprir o que me prometeu na véspera, mandando pôr imediatamente em liberdade o Dr. Laertes de Figueiredo, abusiva e ilegalìssimamente preso pela Polícia de Segurança, por um pretenso delito de imprensa.

Não acredito que o Sr. Rodrigues Gaspar falte ao que promete.

Aconselhe também S. Exa. a que mande prender e julgar os ladrões e os assassinos que andam em liberdade, sem esquecer ò bandido que matou Sidónio Pais.

Lamento que o Sr. Ferreira do Amaral, brioso e distinto militar, a quem presto homenagem, tendo jurisdição para o fazer, não dê as instruções rigorosas no sentido de as autoridades porem termo a semelhante vergonha, em vez de, como uma vez fizeram, subscreverem para essa repugnante criatura.

Ao Sr. Ministro da Justiça escuso de lembrar a questão do inquilinato, porque S. Exa. até tem pecado pelo exagero do interêsse pela sua solução infelizmente uni-lateral.

Espero que na nova tabela judicial não abuse da autorização dada, saltando por cima da lei e alterando os próprios códigos, como já, fez.

O que o Sr. Ministro das Finanças deve fazer; já consta das moções da minoria monárquica.

Ao Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiras lembro a questão das reparações e o já célebre tratado com a França sôbre os vinhos, cuja falta de soluças não foi, quero crê-lo, o motivo do agradecimento do Sr. Domingos Pereira com a gran-cruz de Santiago, como o não foi, por certo, a elevação, por Sidónio Pais, da legação, de Inglaterra a embaixada... nem a nomeação do general Sr. Norton de Matos.

O Sr. Bulhão Pato tem obrigação de atender bem ao projectado escândalo do empréstimo da Companhia dos Diamantes, manobrado pelo Sr. Norton de Matos e pelo qual Angola entregará, de mão beijada, à credora, 215:000 libras, diferença resultante da conversão do crédito previamente combinado de francos belgas em libras.

Deve olhar também para as condições em que o Sr. Vítor Hugo está negociando em Londres o famoso empréstimo de Moçambique e que, repete-o, se fôr levado a efeito, como se pretende, constituirá uma verdadeira obra de traição.

Os Srs. Ministros da Guerra o da Marinha devem reduzir os quadros.

O Ministro do Comércio, o mais jovial e satisfeito de todos, passará à história se conseguir resolver o problema das estradas, meter na cadeia os ladrões dos Transportes Marítimos, mandar publicar o relatório do ilustre juiz Dr. Nunes da Silva sôbre êste assunto, e evitar que os navios sejam vendidos lá fora para sucata.

E, então, se resolve finalmente o eterno problema da água em Lisboa, conseguindo assim livrar-nos do esterco e do pó, será um Ministro desempoeirado, e conquistará esporas de cavaleiro, apesar de ser de infantaria!

Pela pasta da Instrução é indispensável decretar a permissão do ensino religioso nas escolas particulares, e respeitar a autonomia universitária.

À sombra do Sr. Salema lembra que ainda não está fixado o preço dos trigos, apesar de o prazo legal já ter expirado,