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22 Diário da Câmara dos Deputados

e que no aumento de produção está a chave do problema nacional.

Veja, pois a Câmara, como sou eu, Deputado monárquico, que vem suprir as deficiências da telegráfica declaração ministerial, indicando ao Govêrno alguns actos e medidas cuja solução imediata os interêsses do país impõem. O pior é que o Govêrno, apesar de lá ter o Sr. Bulhão Pato, não tem asas para voar. E, mesmo que as tivesse, nada faria porque nada sabem, ou nada podem fazer os governos republicanos.

Tenho dito.

É rejeitada a admissão da moção do Sr. Cancela de Abreu.

O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Requeiro a contraprova e invoco o § 2.º do artigo 116.°

Procede-se à contraprova.

O Sr. Presidente: — Estão de pé 45 Srs. Deputados e sentados 24. Está rejeitada a admissão da moção.

O Sr. Presidente: — Não há mais nenhum Sr. Deputado inscrito.

Vai proceder-se à votação das moções.

É lida na Mesa a moção do Sr. Cunha Leal, sendo em seguida rejeitada.

É a seguinte;

Moção

A Câmara dos Deputados, reconhecendo que o Govêrno, tal como está constituído, não satisfaz as legítimas exigências do País, passa à ordem do dia.— Cunha Leal,

O Sr. Lúcio dos Santos: — Requeiro a contraprova e invoco o § 2.° do artigo 116.° dó Regimento.

Procede-se à contraprova.

O Sr. Presidente: - Estão de pé 50 Srs. Deputados e sentados 21.

Está rejeitada a moção.

É lida na Mesa a moção do Sr. Carvalho da Silva.

O Sr. Carvalho da Silva: - Requeiro votação nominal.

É rejeitado.

É rejeitada a moção do Sr. Carvalho da Silva em prova e em contraprova requerida pelo Sr. Cancela de Abreu.

É a seguinte:

Moção

Considerando que o Ministério da Presidência do Sr. Álvaro de Castro caiu no Parlamento perante a oposição que levantaram as suas medidas de finanças, quer as já efectivadas, quer as propostas, o que se deduz claramente da rejeição da moção em que se significava o aplauso da Câmara à política financeira do mesmo Govêrno;

Considerando que entre as medidas prejudiciais aos interêsses da Nação avultam as que atingiram os juros da dívida pública e as que permitiram e permitem a expatriação da prata e outros valores do património nacional, medidas essas, que carecem de ser instantemente revogadas;

Considerando que o actual Govêrno, longe de tranqüilizar os justos sobressaltos da opinião pública, diz, na sua declaração ministerial, que seguirá á política financeira do anterior Govêrno perfilhando até as propostas da sua autoria;

A Câmara nega a sua confiança ao actual Ministério e continua na ordem do dia.—Artur Carvalho da Silva.

O Sr. Presidente do Ministério, Ministro do Interior e, interino, da Agricultura (Rodrigues. Gaspar): — Sr. Presidente: a votação que acaba de ser feita nesta Câmara sôbre as moções de desconfiança ao Govêrno, após as minhas declarações claras da política que ia seguir, obriga-me a, agradecer à Câmara a prova de confiança, que o Govêrno acaba de receber, e a declarar que o Govêrno empregará todos os seus esfôrços para bem poder corresponder a essa prova de confiança.

Vozes da esquerda e do centro: — Muito bem, muito bem.

O Sr. Presidente: — A próxima sessão é amanhã, às 14 horas, com a mesma ordem do dia, menos o debate político.

Está encerrada a sessão.

Eram 19 horas e 55 minutos.