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4 Diário da Câmara dos Deputados

Além disso, ir-se-ia contra a deliberação da Câmara.

O Orador: — O melhor seria marcar uma sessão especial para discutir êstes projectos.

Apoiados.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — À Câmara compete marcar uma sessão especial para isso. Apoiados.

O Sr. Francisco Cruz: — Sr. Presidente: sinto muito não estar presente o Sr. Ministro do Comércio, e desde já peço a V. Exa. para me inscrever para antes de se encerrar a sessão.

Desejo ao mesmo tempo chamar a atenção do Sr. Presidente do Ministério, que, certamente, se esqueceu de transmitir ao Sr. Ministro do Comércio as minhas considerações.

O que se está fazendo pela pasta do Comércio representa a maior injustiça e imoralidade que se tem praticado.

Contra tais medidas protesto, como cidadão, como republicano e como parlamentar.

Trata-se de estradas, e da celebre estrada de Mação.

Eu quero dizer ao Sr. Ministro do Comércio que estou resolvido a protestar por todos os meios, mesmo os mais violentos, para evitar se salte por cima de quem tem justiça e lhe assiste todo o direito. Vê-se que na administração pública só sé atende ao compadrio e que o Poder Executivo não faz caso do Parlamento; mas eu hei-de obrigá-lo a atender as reclamações dos representantes do povo. Sabe-se o que lá fora se diz do Parlamento; e eu hei de entrar custe o que custar, doa a quem doer, que sôbre nós seja arremessada essa lama. Trabalhei para êste regime e continuo a trabalhar, e não consentirei que tamanhos atropelos se façam dentro do regime republicano.

Apoiados.

O proceder do Sr. Ministro do Comércio é criminoso; mas comigo não brinca.

Eu estou resolvido a fazer com que S. Exa. cumpra o seu dever de cidadão e de Ministro.

Chamo também a atenção da Câmara para o que se está passando na praia da Parede, onde estão estilhaçando um barco a dinamite, vindo cair na praia estilhaços de ferro com 30 e 40 kilos, quando estão lá adultos e crianças que correm grave perigo. Agora tocam uma corneta quando vão fazer os tiros; mas isso não impede que as pessoas e os prédios possam ser atingidos.

O Sr. Ministro deve providenciar para que êstes factos se não repetirem.

Peço providências para êste facto, pois reputo o gravo, para a saúde e segurança dos desgraçados que ali estão.

Por hoje nada mais, pois aguardo a comparência do Sr. Ministro do Comércio. É com S. Exa. que quero tratar do assunto, visto que já pedi providências ao Sr. Presidente do Ministério e não foram dadas.

Quero, frente a frente, preguntar ao Sr. Ministro do Comércio porque foi que não remediu o mal do antecessor do Sr. Ministro do Comércio, que, por politiquice e compadrio, ordenou essa obra, prejudicando gravemente os povos daquela região, desprezando as indicações dos técnicos, dando má aplicação aos dinheiros públicos.

O Sr. Nuno Simões: — Não apoiado.

O Orador: — Pois bem; foi V. Exa. que fez essa porcaria.

O Sr. Nuno Simões: — São palavras, mas não argumentos. Como argumentos não me confunde V. Exa.

O Orador: — O que digo representa a verdade.

Ninguém dirá que não é justo o que vou afirmar.

Chamo a atenção da Câmara.

Todos sabem que as estradas estão intransitáveis e que as reparações não se fazem, pois não se paga aos empreiteiros.

Há muitas construções paralisadas, faltando acabar alguns quilómetros por falta de dinheiro.

O Sr. Nuno Simões tinha despachado bem no processo duma estrada, com vantagem pára os povos.

Porém, depois, por vaidade de alguns políticos, por capricho, despachou noutro sentido.