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Sessão de 5 de Fevereiro de 1925 21

que a minha moção está absolutamente defendida.

Digo na minha moção que confio no Govêrno, e que não quero alterados por forma nenhuma o diagrama e as percentagens do panificação estabelecidos na lei.

O Sr. João Luís Ricardo (interrompendo):- Mas isso está alterado. Vende-se pão sem poso.

O Orador: - Eu digo que confio.

O Sr. João Luís Ricardo (interrompendo). - Mas o Sr. Ministro da Agricultura, segundo já se disse nesta Câmara, autorizou r. que só roubasse 35 gramas.

O Orador: - Mas eu desejo que a Câmara afirme que não queremos ser roubados.

O Sr. Cunha Leal (interrompendo). - V. Exa. dá-me licença? Eu tenho um alvitro que mo parece harmonizar a moção de V. Exa. com a realidade.

O que diz a moção? Que não falte o pêso.

O que diz a realidade? Que falta o pêso.

Por outro lado, sabe-se que mantendo o preço actual do pão, êle não pode ter o pêso devido.

Portanto, é autorizar que se meta uma pedrinha dentro do pão a fim de êle ter o respectivo pêso.

Risos.

O Orador: - Se, de facto, o pão não se pode vender pelo preço actual, esclareça-se a opinião pública. A opinião pública está constantemente sendo por nós próprios, não direi ludibriada, mas iludida.

Eu nunca fui capaz de compreender como se há-de produzir pão barato com o trigo caro.

Apoiados.

Sr. Presidente: o debato vai longo e uma questão desta natureza não é de confiança ou desconfiança ao Govêrno, mas uma questão económica. Julgo ter dito o preciso para defender a minha moção.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: -Vai ler-se a moção enviada para a Mesa pelo Sr. Amaral Reis.

Foi lida e admitida.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Ministro da Agricultura.

O Sr. Ministro da Agricultura (Ezequiel de Campos): - Se V. Exa. me permite, visto faltar muito pouco tempo para o encerramento da sessão, começarei amanhã o meu discurso.

O Sr. Presidente: - A próxima sessão será amanhã, às 14 horas, com a seguinte ordem dos trabalhos.

Antes da ordem do dia:

Parecer n.° 843, que substitui a tabela do imposto do sêlo.

Parecer n.° 848, que manda continuar em vigor o artigo 2.° da lei n.° 1:722, do 1 de Janeiro de 1920, na parte que respeita ao Congresso.

Parecer n.° 802, que cria a freguesia do Silveira, concelho do Tôrres Vedras.

Parecer n.° 841, sôbre a execução do decreto n.° 6:704, de 15 de Julho de 1920.

Parecer n.° 196, que cria o Montepio dos Sargentos de Terra o Mar.

Parecer n.° 124, que regula a admissão do sargentos a empregos públicos.

Parecer n.° 743, que fixa a forma de recrutamento dos amanuenses da Direcção Geral Militar do Ministério das Colónias.

Ordem do dia:

Negócio urgente do Sr. Pedro Pita sôbre a falta do pão em Lisboa o consequências dessa falta.

Negócio urgente do Sr. Cunha Leal sôbre a publicação do decreto n.° 10:497, que altera diferentes artigos da pauta dos direitos de importação.

Parecer n.° 783. que anula os decretos n.ºs 9:354 e 9:763 e suspende a execução do decreto n.° 9:677.

Parecer n.° 639, sôbre construção e exploração de um arsenal naval na Margueira.

Parecer n.° 645-C, orçamento do Ministério da Instrução.

Parecer n.° 760, que isenta de direitos os materiais para caminhos de ferro eléctricos.