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16 Diário da Câmara dos Deputados

prejudicavam por completo os bons e normais processos do comercio dêste artigo.

Só depois do algum tempo é que consegui que esta situação se modificasse, tendo, no em tanto, e durante êsse, intervalo, de mandar vir trigo do estrangeiro, trigo êste cujo preço consegui que ficasse inferior ao nacional.

Nestas circunstancias, Sr. Presidente, entendi que era, na verdade, chegada a altura de o Govêrno se compensar dos milhares de contos que perdeu com o chamado "pão político"" o que, na verdade, mo pároco do todo o ponto justo, aproveitando-se dessa nova receita para de uma voz única se tratar a sério do problema agrário nacional.

As dificuldades eram grandes, mas a verdade é que governar para o povo é muitas vozes governar contra o povo. Não se lhe deve prometer nada que não esteja dentro das possibilidades das cousas,

Mas disso eu que surgia nesta altura, por uma justíssima cobrança do direito diferencial do trigo exótico, ocasião para aproveitar a sua receita no ataque ao problema agrário, que não é tam complexo ou dificultoso como se diz. Nós andamos em Portugal a dizer há tanto tempo que temos no exército centenas e milhares do oficiais sem terem soldados para instruir, sem terem material para movimentar, que temos um corpo do engenheiros civis que pouco ou nada faz por falta do recursos nus, por desleixo outros.

Então porque não havia de canalizar-se a actividade dêsses cidadãos para o ataque ao problema?

E por isso organizei ou nossa intenção humilde, pequena talvez, mas proveitosa, a comissão permanente dos estudos de cartas agrícolas.

Eu tenho uma educação essencialmente naturalista. Estudei as sciencias naturais em todos os ramos; estudei as matemáticas muito além dos elementos dos liceus; tive contacto com a análise superior. Não estou, pois, destituído dos elementos que prendem os homens ao positivismo das cousas,

Apoiados.

Eu estudei mesmo a psicologia obrigatoriamente nas escolas e tudo quanto, emfim, nos pode elucidar sôbre as condições de adaptabilidade do homem ao meio.

Mas tudo que só tem afirmado é teoria, é palavriado!

Eu procurei realizar, pôr em marcha, embora obscuramente, apagadamente, os problemas; e assim, a Portugal, por meu intermédio, veio alguém, com competência bastante, para os ver o estudar e lançar os primeiros trabalhos.

Instei também pelas receitas provenientes do fundo de fomento.

Mas tudo caiu! Tudo foi trabalho baldado, porque, se sobraça a pasta da Agricultura um homem inteligente é certo, que tem exortado o seu País para que trabalho e progrida, por fatalidade, não sei porque conjunto de circunstancias, o que tem feito é destruir, tanto mais que S. Exa. seria bem capaz não do a resolver por completo, mas, pelo menos, de lançar as primeiras pedras da obra grandiosa da restauração agrícola.

É por esta razão que eu ataco o Sr. Ministro da Agricultura.

S. Exa. deixou sair do seu Ministério uma arma, que era a única com que o Estado podia contar para mobilizar as energias boas que há nesse Ministério para a resolução do problema agrário.

Esto facto deve, por certo, calar profundamente na alma sonhadora do Sr. Ministro da Agricultura, porque êle, a sua hora, deve já ter sentido que a sua obra no Ministério a cuja frente se encontra está muito aquém do seu valimento e compromete altamente o seu nume.

Mas o Sr. Ministro da Agricultura, com a sua atitude, que não é do Govêrno, mas sim do S. Exa., porque os Ministros da República responde perante o Parlamento por si e pelos seus actos, comprometeu a exequibilidade do problema agrário, que ou, não de uma maneira completa o muito menos hiperbólica, mas de uma maneira humilde, de harmonia com a magreza dos nossos recursos, pretendi resolver.

Depois, comprometeu-se ainda mais naquele que fez, naquilo que promulgou sôbre a questão do preço do pão.

S. Exa., com a sua atitude, sem conhecimento das cousas, proferiu por diversas vezes várias frases contra a Moagem, para afinal lhe vir a dar, mais tarde, o mais corpulento e o mais rotundo dos perus que, de há três anos para cá, ela tem apanhado pelo Natal,