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Sessão de 5 de Fevereiro de 1925 19

a minha determinação e assim colocava-me sempre numa certa superioridade para com a moagem, que, diga-se a verdade, sempre me tratou com as considerações que lhe eram impostas pela minha qualidade de Ministro.

Agora o que não compreendo é o que se está fazendo neste momento com as padarias independentes que sempre se têm pôsto ao lado dos Governos e da República.

Apodados.

Quem é que os Ministros da Agricultura têm encontrado a seu lado?

Sempre as padarias independentes.

Agora vai-se dar força à moagem na guerra que ela tem feito sempre às padarias independentes.

Dão-se todas as armas à moagem.

Nós temos a Manutenção Militar, que nos pode dar 200:000 quilogramas de farinha por dia e que pode fazer face a situações críticas.

Eu poderia ir muito mais longe, mas não o faço para não alongar mais o debate, e portanto só direi que vejo uma única solução para dar saída a esta situação, é aquela de 1914 a 1922.

É um ruim processo de governar o país e não será certamente o melhor meio de resolver o problema.

O orador não reviu.

Leu-se e foi admitida a moção do Sr. Tôrres Garcia.

O Sr. Amaral Reis: - Sr. Presidente: em harmonia com as disposições regimentais, envio para a Mesa a seguinte moção:

A Câmara dos Deputados, reconhecendo que o Govêrno defendeu os interêsses dos consumidores, barateando o pão, e confiada em que o mesmo Govêrno não permitirá que sejam alterados os diagramas da extracção das farinhas, as percentagens de panificação e os pesos legalmente estabelecidos para os diferentes tipos de pão, de que resulte ser o público prejudicado na sua qualidade e pêso, passa à ordem do dia.

Sala das Sessões da Câmara dos Deputados, 5 de Fevereiro de 1925.- Francisco Coelho do Amaral Reis.

Uma voz: - Essa só por troça!

O Orador: - Em resposta a um àparte que ouvi, tenho a declarar que nem pelo respeito que tenho pela Câmara, nem pelo respeito que me merece o Govêrno da República, nem pelo respeito que devo a mim próprio eu seria capaz de apresentar à Câmara qualquer moção que se parecesse com troça.

Apoiados.

Sr. Presidente: o Sr. Pedro Pita fez um ataque cerrado ao Govêrno a pretexto da falta de pão na cidade de Lisboa.

Dos outros lados da oposição fez-se a defesa da lavoura e da moagem (Não apoiados) (Apoiados) e da panificação.

Não apoiados.

Apoiados.

Eu, Sr. Presidente, reservo-me o papel de defender os consumidores, que somos nós todos.

Apoiados.

Sr. Presidente: diz-se que é necessário voltar ao regime de 1899. Não sou eu, e tenho-o sempre afirmado, que diga que não seja a êsse regime, que vigorou até 1914, que a lavoura cerealífera deva a sua prosperidade; mas o que é certo é que eu, explicando uma vez em Itália ao governador geral dos serviços de agricultura o que era o regime de 1899, êle, depois de me ouvir com toda a atenção, teve esta resposta verdadeiramente lapidar:

"Não sei que admirar mais, se tal regime, se o povo que o suporta"

A verdade, realmente, é esta: o regime de 1899 é uma série de habilidades inteligentíssimamente feitas.

O Sr. Cunha Leal: - É a diferença das de agora! Risos.

O Orador: - No regime de 1899 até 1914 foi importado trigo no valor de 47:000 contos, e para que o pão fôsse sempre caro o Estado cobrou dessa importância a quantia de 16:800 contos.

Quere dizer: foi preciso que o Estado fôsse arrancar ao consumidor cêrca de 17:000 contos para conservar sempre o pão o mais caro do mundo.

Eu afirmo na minha moção que o Govêrno procedeu bem na defesa dos inte-