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6 Diário da Câmara dos Deputados

Os cultivadores espanhóis sabiam preparar a laranja, e portanto a laranja espanhola bateu a laranja portuguesa em toda a parte.

O Orador: - Há dez anos exportávamos fruta para o Brasil, quando lá me encontrava.

A consumidora da nossa fruta era a colónia portuguesa, embora no Brasil haja deliciosas frutas.

Quando lá chegava a fruta, e chegava o peixe que ia de Portugal, não havia português, por mais humilde, que não comprasse fruta, como uma laranja, ou cerejas, que tam agradáveis são ao paladar.

Pois sabem o que aconteceu?

Por falta de inteligência dos nossos representantes, ou por qualquer outra circunstância, as nossas frutas desapareceram dos mercados brasileiros.

Já não exportamos fruta para o Brasil!

O Sr. Joaquim Narciso: - A embalagem é que é defeituosa.

O Orador: - Aqui todos falam, embora só o Sr. Ministro das Finanças me devesse interromper.

Riso.

O Sr. Alberto Cruz: - A Câmara está ouvindo V. Exa. com interêsse.

Toda a lavoura escuta o Sr. Deputado com interêsse,

O Orador: - Agradeço as palavras do Sr. Alberto Cruz.

Eu insisto no ponto de vista de que é necessário que o Sr. Ministro suspenda a discussão desta proposta, porque tributar essas águas de mesa é fazê-las desaparecer do mercado.

O Sr. Velhinho Correia: - Foram dirigidas a vários Parlamentares algumas reclamações das mais importantes emprêsas de águas de mesa, queixando-se de que os revendedores cobravam em relação ao preço dessas águas 60 por cento a mais.

É uma especulação a que é necessário pôr côbro, e isso só se evitaria tributando os revendedores.

O Orador: - O Sr. Velhinho Correia nasceu com o sêlo metido em qualquer parte do corpo (Risos), e agora até pretende selar as águas.

Sr. Presidente: terminando as minhas considerações, eu aconselho ao Sr. Ministro das Finanças que suspenda a discussão desta proposta de lei, até que o Instituto de Hidrologia classifique e dê o seu parecer acêrca das várias águas, para, sôbre êste parecer se proceder justa e equitativamente.

Tudo o que não fôr isto, é um palpite e só traduz incompetência, como incompetente é o Sr. Velhinho Correia neste assunto.

Tenho dito.

O orador não reviu, nem os "àpartes" foram revistos pelos oradores que os fizeram.

O Sr. Alberto Jordão: - Sr. Presidente: êste assunto das àguas minerais já tem sido largamente discutido, e convencido eu estou de que todas as pessoas que nesta casa do Parlamento têm o seu lugar por direito se encontram absolutamente determinadas neste ou naquele sentido, depois dos vários argumentos aqui aduzidos.

Não tenho, portanto, a pretensão de convencer quem quer que seja; mas simplesmente pretendo aduzir o que penso sôbre o assunto.

A propósito da alínea b) em discussão fizeram-se várias referências ao Sr. Ministro das Finanças, referências que foram, como já se tornou hábito nesta Câmara, as mais encomiásticas e elogiosas para S. Exa.

Que o Sr. Ministro das Finanças é uma pessoa inteligente dizem-no todos; e eu, porque não gosto de me associar assim sem mais nem menos às outras pessoas, não digo o mesmo.

S. Exa. em matéria de finanças é o que é, e ninguém lhe dá nem lhe tira nada do que êle é por afirmar ou não que S. Exa. é inteligente.

Mas, quando mesmo se dêsse o caso do Sr. Ministro das Finanças não ser uma pessoa inteligente, a estas horas S. Exa. devia estar convencido de que o é de facto, por isso que os "bonzos" e os "canhotos", os que não são nem peixe nem carne, os independentes, etc., etc., têm afinado todos pelo mesmo diapasão.