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30 Diário da Câmara dos Deputados

varam a admitir êsse documento que, certamente, vai provocar uma discussão violenta, que não tinha absolutamente nenhuma razão de ser - quere, porventura, obrigar o Govêrno a pedir a sua demissão, exactamente no momento em que êle tem nas suas mãos o futuro do povo, Govêrno êste que tem a coragem de falar alto e de assumir assim as responsabilidades.

O facto de alguém, que tinha o dever de apoiar o Govêrno, estar colaborando com as oposições contra êste, parece-me excepcionalmente grave, e precisa de ser explicado.

Sr. Presidente: foi esta a razão por que eu pedi a palavra e foi êste o motivo que me levou a tomar parte neste debate, eu que tam pouco uso falar nesta casa do Parlamento, pois que tenho bem a noção de que o tempo é muito preciso para tratarmos dos negócios da Nação.

Porém, eu fui obrigado a falar para pedir que êste caso se esclareça, visto que êle diz respeito a um Govêrno, ao qual eu dou todo o meu esfôrço e toda a minha dedicação e a quem tenho acompanhado dia a dia, hora a hora, momento a momento, absolutamente convencido de que êle é aquêle Govêrno pelo qual o povo português esperava anciosamente há já muito tempo.

Não posso ainda terminar as minhas considerações, porque ainda não ouvi que alguém tenha pedido a palavra para explicar porque foi admitido êsse documento, que pode trazer, talvez, as mais negras horas para a nacionalidade portuguesa.

Porventura há alguém que julgue que aquelas cadeiras poderão vir a ser ocupadas por outras pessoas que façam uma obra diferente da que êste Govêrno tem estado a fazer?

Estão enganados, porque nós não consentiremos que assim suceda, com o aplauso ou não das "fôrças vivas" (Apoiados), e que ficam sempre satisfeitas, quando os Governos deixam a libra atingir a soma de 150$, e que os géneros sejam açambarcados para serem vendidos pelos preços que os açambarcadores julgam dever vender.

Ora, se alguém julga que se deve derrubar um Govêrno, porque êle disse que a guarda-republicana não se fez para bater no povo, eu não deixarei, nem o País, que outro Govêrno vá para ali.

O Govêrno não cairá, mas se porventura cair por ama futilidade desta natureza, todo o País certamente se erguerá contra os homens que não querem seguir a sua directriz política, que é aquela pela qual durante muitos anos andámos a batalhar.

Foi, efectivamente, para que tivéssemos um Govêrno bem republicano que nós, através de tudo, trabalhámos e fizemos todos os sacrifícios, porque a verdade é esta: os Governos partidários nada já produzem para a terra portuguesa, e nós estamos resolvidos a não deixar continuar a mesma situação.

O Sr. Presidente: - V. Exa. deseja terminar o seu discurso, ou quere ficar com a palavra reservada?

O Orador: - Se V. Exa. consente, fico com a palavra reservada.

O Sr. Presidente: - A próxima sessão é amanhã, às 14 horas, com a seguinte ordem de trabalhos:

Antes da ordem do dia:

A de hoje, menos o parecer n.° 848.

Ordem do dia:

Negócio urgente do Sr. David Rodrigues sôbre as últimas manifestações populares, e a de hoje.

Está encerrada a sessão.

Eram 19 horas e 22 minutos.

Documentos mandados para a Mesa durante a sessão

Projecto de lei

Do Sr. Sá Pereira, tornando extensivo à Junta Geral do Distrito de Beja o preceituado no § 1.° do artigo 1.° da lei n.° 1:453, de 26 de Julho de 1923.

Para o "Diário do Govêrno".

Proposta de lei

Do Sr. Ministro do Comércio, autorizando o Govêrno a incluir nas tarifas a