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10 Diário da Câmara dos Deputados

O Sr. Morais Carvalho: - Sr. Presidente: o facto de pertencer a uma minoria cujas ideas são irredutívelmente contrárias às do Sr. Jorge Nunes, não me impede, bem pelo contrario, de me associar inteiramente às palavras que, por vários lados da Câmara acabam de ser proferidas, fazendo justiça à inteligência e ao carácter do ilustre Deputado.

Sentimos profundamente o desgosto por que acaba de passar o Sr. Jorge Nunes.

Fazemos, repito, inteira justiça ao seu carácter e compreendemos bem os seus melindres; se a Câmara, porém, entender por maioria que deve realmente instar junto de S. Exa. para que êle regresse a esta casa do Parlamento, será com muita alegria que nós o veremos aqui, de novo, honrando os trabalhos desta Câmara.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: - Devo informar a Câmara de que, antes de lhe ter dado conhecimento da carta do Sr. Jorge Nunes, me avistei com S. Exa. no sentido de o demover da sua resolução.

O Sr. Jorge Nunes, porém, entende, em sua consciência, em vista da situação que lhe foi criada pela instituição bancária de que é director, que não pode voltar aos trabalhos parlamentares.

A Mesa, em face das considerações feitas por todos os lados da Câmara, considera-se obrigada a, de novo, instar com S. Exa. para que desista do seu pedido, mas os melindres apresentados por S. Exa. são apenas mais uma demonstração da beleza moral que o caracteriza e que o impõe à consideração de nós todos.

Gostosamente me desempenharei, pois, da missão que me foi confiada, achando justíssimas, repito, as manifestações que acabam de ser feitas às qualidades de carácter e inteligência do nosso colega Sr. Jorge Nunes.

S. Exa. não reviu.

O Sr. Cunha Leal: - Sr. Presidente: devo dizer que todas as palavras proferidas a respeito do Sr. Jorge Nunes nos sensibilizam a todos os que pertencemos à minoria nacionalista.

Peço ao Sr. Presidente, exactamente como a maior homenagem a prestar-se ao Sr. Jorge Nunes, que a renúncia seja aceita.

A Câmara sabe compreender a alta lição que o Sr. Jorge Nunes quis dar a todos nós com o sacrifício individual de renunciar.

Deve, pois, ser aceite o seu pedido.

Apoiados.

O orador não reviu.

O Sr. Morais Carvalho: - V. Exa. pode informar-me se é exacta a notícia, aparecida nos placards, do Govêrno haver pedido a demissão ao Chefe do Estado?

O Sr. Presidente: - Tenho notícia oficial de que o Sr. Presidente do Ministério se dirigiu à Presidência da República pedindo a demissão colectiva do Gabinete.

O Orador: - E foi aceite?

O Sr. Presidente: - Não sei...

O Orador: - Nessas condições, em vez de estar a Câmara a entreter-se com aprovações de projectos de somenos importância, o que só não coaduna bem com a gravidade da hora presente, parece-me que se devia respeitar a velha praxe parlamentar, adiando as sessões para quando o Govêrno estivesse constituído.

O Sr. Presidente: - A próxima sessão realizar-se há na segunda-feira, 16, às 14 horas, com a seguinte ordem dos trabalhos:

Antes da ordem do dia:

A de hoje menos os pareceres n.ºs 802 e 124.

Ordem do dia:

A de hoje menos o parecer n.° 696.

Está encerrada a sessão.

Eram 16 horas e 37 minutos.

Documentos enviados para a Mesa durante a sessão

Declaração de voto

Declaro que, se estivesse presente na última sessão, ao votar-se a moção do Sr. Agatão Lança, a teria rejeitado. - Almeida Ribeiro.

Para a acta.

O REDACTOR - Avelino de Almeida.