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Sessão de 11 de Fevereiro de 1925 9

bém a V. Exa. para transmitir a êsse bom republicano as saudações da mais viva simpatia e da mais alta consideração de todos os parlamentares do Partido Republicano Português.

Apoiados.

O orador não reviu.

O Sr. Sá Cardoso: - Sr. Presidente: o Grupo de Acção Republicana dá o seu caloroso aplauso à proposta do Sr. Vitorino Guimarães, para que V. Exa. procure o Sr. Jorge Nunes e lhe manifeste o nosso profundo pesar pelo desgosto que êle acaba de sofrer, manifestando-lhe, ao mesmo tempo, que nós todos temos por êle a consideração que se deve às pessoas de bem.

Apoiados.

Êle é nesta casa alguém que pode servir de modelo como pessoa honesta e honrada.

Apoiados.

Nosso companheiro, nesta casa do Parlamento, há muito tempo, S. Exa., em quási todas as discussões, dá o seu conselho, que não é para desprezar, e a Câmara não poderia prescindir da sua comparência aqui e da sua inteligência.

O Sr. Jorge Nunes faz parte do Conselho de Administração de um Banco que suspendeu pagamentos. Êste Banco é particular e não tem, que eu saiba, negócios especiais com o Estado, não sendo portanto S. Exa., por consequência, obrigado a apresentar a sua demissão de Deputado.

Só um grande escrúpulo, que é para notar, podia levar S. Exa. a tomar esta resolução, mas nós temos o dever de lhe dizer que o seu lugar é aqui.

O meu grupo, Sr. Presidente, acompanha V. Exa. nas démarches que V. Exa. tenha de fazer junto de S. Exa. para que volte a dar-nos a sua companhia e a sua tam valiosa cooperação.

Apoiados.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Cunha Leal: - Sr. Presidente: afirmar a inteligência do Sr. Jorge Nunes seria um pleonasmo, porque todos nós o conhecemos muito bem. Digo-o sem qualquer espírito de partidarismo e creio que todos os nossos colegas desta Câmara muito bem sabem apreciar a inteligência do ilustre Deputado.

Apoiados.

Mas S. Exa. é também o herdeiro do nome honrado do velho republicano Dr. Jacinto Nunes, que é um símbolo da República e que todos nós conhecemos desde os tempos da propaganda.

Apoiados.

O Sr. Jorge Nunes se, já de há muito, não fôsse estimado por todos nós pelo seu carácter e pela sua inteligência, sê-lo-ia a partir dêste dia.

Numa época em que todas as transigências morais são permitidas, o exemplo do Sr. Jorge Nunes, se o não conhecêssemos de há muito, repito, viria demonstrar que êle é homem honrado, um homem de bem, pois que, estando ligado a uma empresa que deixou, de certo momento em diante, de cumprir as suas obrigações, não pretende, de qualquer modo, eximir-se a responsabilidades que, quero crê-lo, certamente lhe não pertencem.

A circunstância de ter êste escrúpulo dá-nos bem a conhecer o lídimo carácter do Sr. Jorge Nunes que é bem, como há pouco disse, o herdeiro do velho e honrado Jacinto Nunes.

Sr. Presidente: simultâneamente com a carta que êle escreveu a V. Exa., dirigiu--me também uma carta que mais pertence aos meus colegas do Partido Nacionalista do que a mim, e em que afirma ser inabalável a sua resolução.

Sr. Presidente: compreendo os melindres do Sr. Jorge Nunes; se os não tivesse, não era o homem que todos nós respeitamos e admiramos.

Assim, Sr. Presidente, em nome da minoria nacionalista, devo declarar à Câmara que nós, por nosso lado, entendemos que ela deve respeitar êsses melindres, aceitando a renúncia apresentada, pois bom é que a sociedade portuguesa fique sabendo que ainda há homens que sabem cumprir o seu dever, dando bons exemplos a essa sociedade.

Se me é permitido, Sr. Presidente, em nome dêste lado, fazer um pedido, peço-lhe que, respeitando os melindres do Sr. Jorge Nunes, aceite o seu pedido de renúncia.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem.

O orador não reviu.