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Sessão de 31 de Março de 1925 5

dinheiros consignados à reparação e conclusão das estradas.

Na estrada n.° 41, que liga Marco de Canaveses a Baião, faltam ò ou 7 quilómetros para estar concluída a sua construção, a qual está parada há uns 9 ou 10 anos, pelo facto de os titulares que têm sobraçado a pasta do Comércio se não terem dignado dotar essa estrada com a mais insignificante quantia.

Desejo também chamar a atenção de S. Exa. para a estrada marginal n.° 34, que vai do Pôrto a Barca de Alva. a qual não só tem grande importância para a economia nacional, como é classificada pelo estado maior do exército como de grande ordem estratégica, e à qual, para estar concluída, faltam apenas 15 a 18 quilómetros.

No mesmo estado, Sr. Presidente, se encontra a estrada n.° 82, do referido concelho de Baião. Tendo sido feitas há poucos anos umas obras nessa estrada, vieram elas a parar precisamente em frente do edifício onde estão instaladas as repartições públicas do concelho, de modo que quási que ficaram tapados os dois caminhos que dão acesso à sede da comarca.

E, assim, era difícil entrar naquelas repartições, porque o Ministério do Comércio não só não constrói, como até destrói.

Confiando na acção do Sr. Ministro do Comércio, espero que, se S. Exa. se conservar durante bastante tempo, como desejo, na gerência daquela pasta, não deixará de, na primeira distribuição de verbas para a construção e reparação de estradas, dotar as estradas a que me acabo de referir, não seguindo assim os passos de muitos .dos seus antecessores.

Trata-se, Sr. Presidente, de um assunto que é urgente resolver e que interessa a uma região rica do país, a qual não pode progredir como desejava, devido à falta de comunicações.

Eu espero, repito, que o Sr. Ministro do Comércio lance os seus olhos para as vias de comunicação de Marco de Canaveses o Baião.

E, Sr. Presidente, visto que já está presente o Sr. Ministro das Colónias, vou passar a referir-me ao assunto para que desejava a presença de S. Exa.

Há bastante tempo que ao meu conhecimento chegam factos, mais ou menos

graves, ocorridos na província de S. Tomé. E constou-me que, há tempos, quando o governador de S. Tomé embarcava em direcção a Lisboa, a população daquela província se despedira de S. Exa. com girândolas de foguetes, demonstrando assim o regozijo de muitas das pessoas daquela ilha pelo seu regresso à Metrópole. Também me constou que essa manifestação se realizou com o comércio e a agricultura à frente, manifestando assim o alívio dessas fôrças por verem o Sr. governador geral deixar S. Tomé.

Agora, consta-me que aquele funcionário demitiu, sem sombra de processo, o curador de serviçais daquela ilha. É certo que êsse curador, nomeado interinamente, podia ser demitido pelo Sr. governador geral, mas eu quero chamar a atenção do Sr. Ministro das Colónias para um facto que se me afigura algo estranho: é que o mesmo curador tinha merecido ao Sr. governador os maiores elogios. E, até, Sr. Presidente, se os meus informes não são errados, na informação anual que o governador tem de dar a respeito dos seus funcionários, as referências sôbre o curador geral dos serviçais são as mais elogiosas possíveis.

Constou depois que, em S. Tomé, o governador tinha demitido o curador. Constou-me ainda que de S. Tomé afluíram ao Ministério das Colónias vários telegramas, pedindo que não fôsse sancionada a medida do governador.

Constou-me agora. Sr. Presidente, por pessoas que naquela colónia apoiaram a acção do curador e o defenderam, que o governador, ao chegar lá, exerceu perseguições sôbre várias dessas pessoas, conforme um telegrama vindo de S. Tomé. Ainda há dias o governador castigou com 20 dias de prisão o Sr. Lavoura, por ter protestado contra a demissão do curador geral.

Sr. Presidente: parece que o governador aplicou êste castigo, aproveitando-se da situação de êste cidadão ter sido oficial miliciano.

Segundo me consta, é condecorado com a Cruz de Guerra, e pessoa de toda a respeitabilidade.

Mas, êsse telegrama diz ainda que a Associação Comercial está em sessão permanente, e que se receiam acontecimentos de certa gravidade em S. Tomé.