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Sessão de 1 de Junho de 1925 17

João Chagas, e, longe de pregarem o derrotismo, cintam como elo sentia uma fé viva nos destinos da Pátria e da República.

João Chagas, ainda a propósito do 18 de Abril, disse que os republicanos só se sabiam unir na derrota.

É uma grande verdade; mas é necessário que os republicanos se unam na vitória o que todos se inspirem nos nobres exemplos dêsse grande português.

Sr. Presidente: não posso deixar de mo associar à proposta apresentada pelo ilustre Deputado Sr. Ginestal Machado na parte que se refere à aquisição, por conta do Estado, da biblioteca de João Chagas. Associo-mo a esta proposta, porque julgo prestar-se ao País um grande serviço.

Além da homenagem a prestar a João Chagas, quero ainda dizer algumas palavras sôbre Fiel Stockler.

Fiel Stockler era um revolucionário de 5 de Outubro, e dos mais distintos.

Quando ontem se foi prestar homenagem a João Chagas, ladeavam o seu cadáver os revolucionários de 31 de Janeiro e de 5 de Outubro. Se Fiel Stocklor fôsse vivo, de encorporar-se-ia no préstito para dar a João Chagas o seu último adeus.

Sr. Presidente: os revolucionários de 5 de Outubro, com Fiel Stockler à fronte, têm naturalmente direito ao nosso reconhecimento ; e, por consequência, pela morto dêste distinto oficial que foi um brilhante orçamento da armada portuguesa, a Acção Republicana não podia deixar do se associar, e com pesar ao voto de sentimento proposto por V. Exa.

Segue-se o Sr. Campos Melo, que foi nosso colega, nesta Câmara, ocupando a extrema esquerda.

Creio que a Câmara conserva a mais grata recordação da sua companhia e não é, portanto favor, antes é um acto de justiça. associarmo-nos ao voto de sentimento proposto pela sua morte.

Relativamente aos Srs. Lemos Peixoto e Domingos de Oliveira, ambos Deputados no tempo da Monarquia, não tive a honra do os conhecer, mas foram pessoas que ocuparam lugares nesta Câmara, e não podem deixar de merecer da Acção Republicana um voto de sentimento pela sua morte.

Morreu também Eduardo Brasão, e por êste facto propôs ainda V. Exa. um voto de sentimento à Câmara.

Não será a Acção Republicana quem destoe no coro de palavras sentidas que aqui foram proferidas por causa dêste passamento.

Efectivamente sentimos, como toda a gume, que uma lacuna irremediável se abriu na brilhante arte de alma com o desaparecimento do grande artista português, que tantos momentos de glória deu ao teatro nacional, principalmente nas figuras maiores da história do passado.

Associa-se, pois, êste lado da Câmara ao voto de sentimento a inscrever na acta da sessão de hoje.

Quanto ao Sr. Ministro da Guerra, meu velho amigo, pessoalmente escusava de lhe manifestar o meu desgosto pela perda da sua estremecida filhinha, porque S. Exa. sabe bem quanto o acompanho na sua dor, mas como estou falando por parte da Acção Republicana não quero deixar de apresentar, em nome dêste agrupamento, a S. Exa. os nossos mais sentidos pêsames, associando me com pesar ao voto de sentimento proposto à Câmara.

Tenho dito.

O Sr. Morais Carvalho: - Sr. Presidente: em nome da minoria monárquica, associo-me ao voto de sentimento proposto por V. Exa.

Foi João Chagas, incontestavelmente, um dos maiores obreiros da implantação do novo regime.

Não podemos nós, naturalmente, nós que combatemos intransigente e irredutivelmente a República, louvá-lo, mesmo nesta hora, por uma obra que, em nosso entender, não foi benéfica para o País, muito pelo contrário; mas nada nos custa prestar-lho a nossa inteira homenagem às qualidades, na realidade excelsas, de homem do letras de grande distinção, assim como prestamos também homenagem ao seu grande valor como jornalista de combate, e igualmente homenagem prestamos ao seu formoso temperamento combativo, que por vezes o levou aos cárceres políticos e ao exílio na defesa de um ideal que tanto o abrasou, mas que Deus sabe se correspondeu às esperanças que nele havia pôsto.