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Sessão de 1 de Junho de 1925 13

tas parlamentares em prol das suas causas, ficando de resto, e, sempre, de boa camaradagem, de boa harmonia com os inimigos políticos, porventura, mas que em cada um contava sempre um dedicado amigo pessoal.

Prestando esta homenagem à memória de Campos Melo, o Partido Democrático honra-se honrando também esta casa que tem ainda por Campos Melo um verdadeiro reconhecimento.

Sr. Presidente: não tive o prazer nem a honra do conhecer pessoalmente os outros nomes, por cujo falecimento V. Exa. propôs um voto de sentimento: o Sr. Dr. Domingos de Oliveira o Lemos Peixoto; mas em nome dêste lado da Câmara presto homenagem à memória dêsses dois antigos parlamentares.

Associo-mo também ao voto de sentimento proposto por V. Exa. pelo falecimento do filhinho do Sr. Ministro da Guerra que, pelas circunstâncias em que desapareceu desta vida, é realmente para nos confranger e para nos entristecer profundamente.

Sr. Presidente: resta-me dizer algumas palavras a respeito de Eduardo Brasão.

Mais nada poderei acrescentar ao que V. Exa. disse, com aquele brilho que costuma pôr nas suas palavras em ocasiões solenes como esta. Contudo devo dizer que era um dos maiores admiradores do talento formidável de Eduardo Brasão, que foi um dos primeiros artistas do seu tempo.

Eduardo Brasão foi um dos primeiros artistas do seu tempo. Pode mesmo dizer--se que foi um mestre do todos na longa vida de teatro que praticou, não tendo tido ninguém que lhe fôsse superior em craveira artística.

Terminando, Sr. Presidente, devo declarar que êste lado da Câmara dá o seu voto às propostas mandadas há pouco para a Mesa pelo Sr. Presidente do Ministério.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ginestal Machado: - Sr. Presidente: por uma deferência das mais penhorantes dos meus correligionários desta casa do Parlamento, fui incumbido de usar da palavra neste momento.

Sr. Presidente: todos nos associamos sentidamente à homenagem que V. Exa., em palavras cheias de nobreza, de elevação e do justiça, quis propor à Câmara, à memória do João Chagas, memória respeitada por todos que comungam no ideal republicano.

Não me leve V. Exa., Sr. Presidente, a mal, nem o pode estranhar a Câmara, como não estranharia o próprio espírito do João Chagas, se pudesse baixar até à terra e vir a entre nós, que eu desde já associe o faça envolver na mesma homenagem um outro republicano não menos dedicado, e que foi também incluído entre os nomes por V. Exa. enumerados: refiro-me ao capitão de fragata João Fiel Stockler.

Se João Chagas foi o apóstolo da República, Fiel Stockler pertenceu àquele grupo do oficiais da nossa heróica marinha do guerra, que em 5 de Outubro fizeram com que a República deixasse de ser um ideal apenas para se tornar numa realidade.

Sr. Presidente: todas as homenagens são devidas a João Chagas. E quási uma impertinência relembrar os seus serviços que não podem ainda ter-se varrido da memória de ninguém.

Já depois da morto de João Chagas correu nos jornais que no seu espírito tinha ultimamente arrefecido o sentimento republicano.

Correu até - heresia imperdoável - que João Chagas quási que apelava para uma restauração da monarquia.

Sr. Presidente: há mais de vinte anos que eu tinha relações com João Chagas. Um conjunto do circunstâncias fez com que nestes dois últimos anos com êle tivesse do privar do perto, o dessa convivência nasceu entro nós uma estima que muito mo honra e muito me comove.

Ouvi várias vezes João Chagas o vi sempre que êle trazia bem representada no seu espírito a imagem da República, que êle definira e por forma tam brilhante, tam viva e tam rica, que ainda hoje todos nós o lemos com admiração e com calor.

Tendo João Chagas sempre gravada no seu espírito essa imagem radiante, natural era que, comparando a República realizada com a imagem viva no seu espírito, por vezes sentisse desfalecimentos, mas sempre no propósito de concorrer