O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 1 de Junho de 1925 21

perfeições de tal encanto e espontaneida como em Alexandre Braga; então é que as palavras podem ser as melhores flores que só podem lançar num túmulo.

O Pais tinha por João Chagas a adoração que só tem por um idea.

Eu tenho dos homens a impressão do que êles podem, oferecer pelas facetas da sua inteligência e pelo seu carácter ser adorados, mas o que provoca em pêso a adoração é a fidelidade absoluta que êles mantêm ao seu ideal.

Há dois factos na vida de João Chagas que me chocaram.

Um foi a sua atitude quando dentro do uma prisão lho ofertaram a liberdade, e o outro a quando da ditadura vergonhosa e antipática do Sidónio Pais, ter João Chagas pedido a demissão do seu lugar.

Vejam V. Exa. HS o procedimento dêste homem e comparem-no ao procedimento de outros republicanos, que se conservaram nos seus lugares.

Ainda de João Chagas não é para uma análise ligeira que eu possa fazer. A melhor homenagem que posso prestar-lhe consiste em deixá-lo perpetuamente no meu convívio.

Com respeito às grandes figuras da História, às grandes figuras que de tal maneira se vincaram nos seus procedimentos, que de tal forma agiram dentro do sou pais, creio que embora tenhamos de deplorar o facto episódico do seu desaparecimento, delas resulta sempre a mesma grandeza, sempre que para elas volvamos os nossos olhos. Não é, pois, fúnebre a minha homenagem: procura erguer as almas acima do todos os sofrimentos que possam ter. Ela diz me que vá procurar à fé ardente que João Chagas sempre manteve a crença nos destinos da República; a minha homenagem acredita que não devemos hesitar em não nos afastarmos nem um momento, nem um milímetro daquilo que pensamos e desejamos que se faça.

A minha homenagem a João Chagas consisto na recordação dos dois episódios que relatei, isto é: não hesitar nunca em preferir ficar permanentemente detido numa prisão a ter a liberdade inglória; em não hesitar nunca em preferir a luta com a tome a continuar exercendo um lugar durante uma ditadura que era, sobretudo, anti-patriótica.

Sr. Presidente: como falo em nome da cidade do Torto, recordo que João Chagas tinha por essa cidade um especial carinho. Na sua opinião, que nenhuma era mais autorizada, e como êle disse no discurso que proferiu junto ao túmulo dos vencidos, a revolução de 31 de Janeiro foi um movimento da maior liberdade, do maior espiritualismo, da mais profunda noção do reinvindicação social e de maior crença e esperança nas felicidades da República.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem.

O discurso será publicado na íntegra, revisto fido orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. João Camoesas: - Sr. Presidente: quero em poucas palavras o em meu nome pessoal, que outra representação não tenho nem poderia ter neste momento, acompanhar V. Exa. nos votos que apresentou à consideração desta casa do Parlamento.

Começo por me associar sinceramente às palavras do condolência que V. Exa. dirigiu ao Sr. Ministro da Guerra pela perda que recentemente feriu S. Exa.

Quero, também, associar-me ao voto formulado a propósito da morte dos antigos parlamentares que faleceram durante o interregno dos nossos trabalhos.

Destaco de entro êles a figura de marinheiro, o comandante João Fiel Stockler.

O comandante Fiel Stockler, descendente de uma família do republicanos, foi um dos soldados da República que heroicamente responderam ao apelo da sua ciença na madrugada de 5 de Outubro de 1910, e foi depois, através da sua vida inteira, daqueles republicanos que souberam trabalhar com tenacidade, anonimizando-se na sua farda, sem no emtanto, deixarem de vibrar constantemente com o destino do regime que ajudaram a implantar, que só implantou com certeza pela galhardia de sua decisão e sacrifício.

A história do 5 de Outubro destaca-se sobretudo pelo episódio da Rotunda. Muita gente esqueceu já o que se passou em Alcântara e no mar; e, no emtanto, se não fé se o povo do Alcântara, se não fossem os nossos marinheiros, o episódio da Ro-