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6 Diário da Câmara dos Deputados

O Sr. Rodrigo Rodrigues; - Agradeço a V, Exa. e à Câmara a votação permitindo trata em negócio urgente dum assunto que se relaciona com a demissão do governador de Macau, Rodrigo Rodrigues.

Devo dizer a V. Exa. que o assunto não é de interêsse pessoal, nem mesmo de carácter partidário, nem mesmo exclusivamente de interêsse político, mas sim ligando-se ao mais alto interêsse nacional, e muito folgo poder tratar desta questão no Parlamento, que é o mesmo que ser perante o País, questão que se relaciona com a vida comercial e económica da Metrópole.

Desta forma agradeço ao Sr. Ministro das Colónias a única ocasião que tinha para mostrar a minha gratidão. Emfim, o Parlamento, arvorados em tribunal, poderá julgar quem procedeu digna e patriòticamente, e ao mesmo tempo saber qual o critério a seguir neste altíssimo problema, que se refere à política colonial no Estremo Oriente.

Eu tinha anunciado uma interpelação, e ninguém que queira dar a estas palavras a verdadeira significação gramatical, pode ver qualquer discordância com o Sr. Ministro das Colónias.

Desde 16 de Junho que está ausente da colónia de Macau o governador Rodrigo Rodrigues.

Eu vou tratar o problema com a maior elevação, fazendo todo o possível para ser calmo, e dirigindo-me a V. Exa. que representa o mais alto Poder do Estado e tem por cima a figura da República com o sinal popular, o barrete frígio, farei todo o possível para que as minhas palavras sejam calmas e a minha voz suave.

Nem perante o Senado, nem perante esta Câmara me foi dirigida qualquer acusação, o embora não tenha viste o decreto no Diário do Govêrno sei o que se passou entre o Sr. Ministro dos Colónias e o Sr. governador do Macau.

Aqui na representação nacional é que eu tenho que vir responder por qualquer falta, porque julgo isso das boas praxes parlamentares.

Eu podia preguntar ao Sr. Ministro das Colónias por que me acusa, mas não o faço.

E que, Sr. Presidente, perante o País que nos ha-de julgar, aqui estamos face a face, e tenho a certeza de que não representamos, sequer, dois homens, usando cada qual o nome que tem, mas apenas dois princípios i um provocando a discussão em toda a parte, querer do trazê-la aqui ao Parlamento, agitando a lá fora nas assembleas políticas e scientíflcas, e outro usando ditatorialmente, sem explicações de nenhuma ordem, sem uma palavra sequer, sem uma atenção, tratando o governador do uma colónia como creio que S. Exa. não seria capaz de tratar um servo humilde que tivesse em sua casa.

De que se trata então, Sr. Presidente?

A questão tem duas partes perfeitamente distintas; uma é a forma de processos, outra é a sua essência, no que respeita à questão colonial e nacional.

Exponhamos primeiro perante à Câmara aquela, que eu capitulei de forma de processo.

Eu sei, Sr. Presidente - e para o não saber era preciso que eu não tivesse a realidade do ambiente - que todos nós andamos preocupados por mil questões que nos tomam tempo, dê modo que cada um apenas sente as suas mágoas, não havendo aquele espírito colectivo que nos devia fazer integrar a todos nas questões que interessam à Nação. Andamos 4odos perturbados, como a hora que se atravessa.

É por isso que é necessário relatar primeiro os factos, para que todos possam julgá-los em sua consciência.

Sr. Presidente: o governador Rodrigo Rodrigues foi nomeado para a colónia de Macau em 1923. Tomou posso do seu lugar, e sem apreciar as consequências do seu Govêrno, direi apenas que o Paia alguma cousa sabe, porque deixou do ter conhecimento pelos jornais das constantes, perturbações, das desordens, do estado de tensão, perfeitamente guerreiro, que havia entre essa colónia e as províncias do sul da China.

A sua acção foi sujeita a críticas, as quais só podem honrar, quando interpretadas bem intencionadamente, mas o que é facto é que, sentindo-se ilaqueado na sua acção, pediu para vir à Metrópole expor a sua opinião sôbre os assuntos mais importantes para a província que estava governando.

Aqui chegado, durante o curto espaço