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Sessão de 2 de Junho de 1925 11

após a votação da proposta de lei referente às pensões,

Pregunto a V. Exa. se assim é, porque, sendo assim, pedia para me ser dada a palavra; mas, se não fôr, submeter-me-hei às deliberações de V. Exa.

O Sr. Ministro das Colónias (Correia da Silva): - Sr. Presidente: desejo informar V. Exa. e a Câmara de que há realmente necessidade de prosseguir na discussão do assunto referente a Macau, porque é importante e urgente, e assim eu gostava de que êle se tratasse quanto antes.

O Sr. Presidente: - Eu não estava neste lugar na altura em que foi apresentado o negócio urgente de V. Exa., Sr. Rodrigo Rodrigues, e assim só tive conhecimento das votações da Câmara por informações que me foram fornecidas. Ora as informações que tive foram estas: o Sr. Rodrigo Rodrigues tinha enviado para a Mesa o seu negócio urgente anteriormente ao do Sr. Cunha Leal, mas foi requerido que êste preferisse o primeiro, o que foi rejeitado. Depois o Sr. Presidente do Ministério explicou que tinha rejeitado êsse requerimento, não porque o Govêrno ou a Câmara pretendessem evitar a discussão que o Sr. Cunha Leal queria encetar com o seu negócio urgente, mas só porque o Sr. Presidente do Ministério já tinha tenção de fazer declarações à Câmara que acarretariam certamente a abertura de um debate político.

Nestas condições, entendo que a questão apresentada pelo Sr. Rodrigo Rodrigues não pode deixar de ser discutida senão no período de antes da ordem do dia.

S. Exa. não reviu.

O Sr. Rodrigo Rodrigues (para explicações): - Sr. Presidente: bastava que o Sr.. Presidente do Ministério mostrasse êsse desejo para eu me curvar à sua vontade.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Vitorino Guimarães): - Sr. Presidente: é para declarar a V. Exa. e à Câmara que quando entrei na sala não sabia nada do que se tinha votado. Estava fazendo-se uma votação do negócio urgente apresentado pelo Sr. Cunha

Leal, e foi por isso que nesse momento tive ocasião de declarar que não votava o negócio urgente, porque julgava que o meu dever era fazer antes as declarações a que me obriga a Constituição.

Também declarei a V. Exa. e á Câmara que não tinha desejo de demorar o debate que se devia aderir sôbre a atitude que o Govêrno tomou no interregno parlamentar, mas que de forma alguma queria prejudicar quaisquer resoluções que a Câmara anteriormente tivesse tomado.

Apoiados.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Cunha Leal.

O Sr. Cunha Leal: - V. Exa. dá-me licença que eu primeiramente esclareça uma dúvida que tenho?

V. Exa. deu-me a palavra para explicações, porque também a pedi nessa conformidade a V. Exa., ou sôbre as declarações do Sr. Presidente do Ministério a respeito do debate político?

O Sr. Presidente: - Sôbre as declarações do Sr. Presidente do Ministério.

O Orador: - Sr. Presidente: quando o Sr. Vitorino Guimarães entra nesta sala com aspecto grave e geminativo, a gente nota que o Sr. Vitorino Guimarães dificilmente se move, porque parece que arrasta atrás de si qualquer cousa invisível.

Eu calculo que aquilo que o torna pesado e que o impede de fazer movimentos é o grande pêso das suas ideas.

O Sr. Vitorino Guimarães quando fala é sempre muito cauteloso nas suas afirmações; e se bem consideramos, isso é devido ao seu aspecto de máximo pensador do Partido Republicano Português.

Não há dúvida nenhuma que quando S. Exa. fala guarda os seus pensamentos; e nestas condições temos de acreditar no mistério do ocultismo do pensamento.

O Sr. Vitorino Guimarães à sombra da autorização que em má hora o Parlamento lhe votou publicou várias medidas e decretos.

Aparece-nos aqui e não diz a razão por que foram publicados êsses decretos,