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Sessão de 2 de Junho de 1925 13

blicos que cometem erros dessa natureza devem considerar-se liquidados.

Ficou S. Exa. liquidado?

Cada vez está mais vivinho e a saltar. Assim é que nós os queremos!

O contentamento que S. Exa. tem de si próprio faz-me lembrar uma anedota, interessante, que li, há dias, a respeito de dois irmãos que discreteavam.

Um dia disse-lhe um sábio que a terra teria apenas alguns milhões de anos de existência, cinco ou seis.

Não preciso o número porque não me lembra.

Apenas cinco ou seis milhões de anos de existência!?

Responde o sábio: é verdade, apenas isso.

Êle enteio voltando-se para a assistência, exclama muito seriamente: e é para isto que eu e o meu mano temos trabalhado tanto uma vida inteira.

Eu tenho a certeza de que o Sr. Vitorino Guimarães, diria: e é para isto que todos os Vitorinos do País têm andado a trabalhar!

Por esto motivo é que S. Exa. julga que deve ficar no Poder.

O País é que julga de maneira diferente.

Afirmou o Sr. Presidente do Ministério na sua entrevista, que sentia bem o dês agrado manifestado por alguns, e reprimido a custo por outros, mas que pressentia também o aplauso reservado do alguns e prudente de muitos outros.

Como S. Exa. é modesto?

Apenas pressente o aplauso de alguns!

Porque será que êsse aplauso não se faz sentir ruidosamente perante a sua obra?

Será porque o bater dos queixos, o mastigar do bolo orçamental, abafe as vozes dos que o aplaudem,?

Porque serão tam modestos os seus admiradores?

E porque é que o Sr. Vitorino Guimarães não quere palpitar a opinião do País?

S. Exa. procede como se não existisse o País e por isso eu lhe digo: existe o País, Sr. Vitoririo Guimarães!

Uma cousa curiosa que se conclui da entrevista, é que o Sr. Presidente do Ministério quere mudar de posição na política portuguesa.

Nós não lho consentiremos.

Lembramo-nos bem de que todos os jornais noticiaram que em plena reunião do Grupo Parlamentar, o Sr. Vitorino Guimarães teria declarado que só constituiria Govêrno se fôsse seu Ministro das Finanças o Sr. Pestana Júnior.

Muitos dos republicanos que aqui se encontram, lembram-se muito bem de que o Sr. Vitorino Guimarães chegou a afirmar, parca poder competir com essa soberba revelação da República, que é o estadista José Domingues dos Santos que era mais esquerdista do que êle.

Mas S. Exa. quere agora mudar de posição política.

Longe de quaisquer extremismos me encontro - disse S. Exa., e acrescentou:

Leu.

Que ingrato é S. Exa.!

Levado ao Poder por essa manifestação que foi de aplauso à política esquerdista, mas ultrapassando as raias da República, pretende agora pôr-se do nosso lado.

Não o queremos cá.

Ao lado do Sr. José Domingues dos Santos é que S. Exa. está bem.

Disse ainda o Sr. Vitorino Guimarães que ao seu gesto de concórdia arvorando a bandeira da paz, houve quem - no Parlamento - lhe respondesse em tem de guerra, que se pretendeu levar para fora do campo constitucional.

Aqui a ironia é evidente.

Pretende-se atingir o Partido Nacionalista.

O Partido Democrático condena o Partido Nacionalista à posição absolutamente inglória, de espectador dos seus erros e desmandos administrativos.

Condena o Partido Democrático o Partido Nacionalista à posição de não ter nenhuma interferência na vida do Estado.

Houve na própria policia de segurança do Estado legionários, e ninguém ignora que no dia da primeira e celebre manifestação houve alguém altamente colocado que a certa altura apareceu com uma lista de pretendidos polícias que tinham atirado contra os manifestantes, tendo o então oficial de polícia feito a demonstração de que êsses homens eram todos aqueles que pertenciam à brigada de ataque à Legião Vermelha, e que êsses homens estavam desde manhã presos numa esquadra para que não pudessem ser acusados de terem