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6 Diário da Câmara dos Deputados

Diz-se que as estradas estão em péssimo estado; mas - caso curioso - as reclamações versam apenas sôbre construção de estradas e não sôbre reparações.

Os pedidos para reparações não somam mais de 100.000$.

Devo informar o Sr. Tavares de Carvalho de que as reparações vão ser executadas imediatamente.

O orador não reviu.

O Sr. Tavares de Carvalho (para explicações): - E para dizer ao Sr. Ministro do Comércio que me satisfez a sua resposta àcerca da reparação das estradas.

Com respeito às tarifas dos caminhos de ferro, tenho informações de que há muito tempo se podiam ter reduzido as tarifas, visto que as receitas são superiores às despesas.

E não me parece que a administração dos caminhos de ferro do Estado se queira locupletar com as receitas, ou deseje pagar num mês apenas o déficit da sua gerência.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Ferreira do Simas): - Evidentemente a administração dos caminhos de ferro do Estado não quere pagar de uma vez o déficit.

Mesmo isso não podia ser, visto que o déficit monta a milhares de contos. A administração pensa em honrar os seus compromissos, mas paulatinamente, à medida que fôr possível.

Devo informar que já se têm feito algumas reduções nas tarifas dos caminhos de ferro, mas não tenho esperança de que as reduções que se venham a fazer possam influir na redução dos preços dos géneros. Essas reduções não podem ser tam importantes que influam nesses preços.

O orador não reviu.

O Sr. Tavares de Carvalho: - Desejava que os caminhos de ferro do Estado dessem o exemplo para a redução de tarifas. Não peço muito; peço apenas uma pequena redução. Também desejo que suceda o mesmo com as taxas postais, fazendo-se uma redução em harmonia com a diferença cambial.

Peço, portanto, a V. Exa. que envide os seus esfôrços no sentido de que as administrações autónomas dos correios e telégrafos e caminhos de ferro do Estado reduzam um pouco as tarifas dos respectivos serviços.

O orador não reviu.

O Sr. António Correia: - Sr. Presidente: pedia a V. Exa. a fineza de me dizer se o Sr. Ministro do interior está no Senado ou se não volta mais a esta Câmara, onde há assuntos importantíssimos a tratar e que são inadiáveis.

O que não pode ser é eu vir aqui todos os dias e não conseguir tratar dos assuntos que correm pela pasta de S. Exa.

O Sr. Ministro do Interior já conhece pela imprensa que há assuntos que precisam ser aqui tratados. Peço a V. Exa. o favor de me dizer se o Sr. Ministro do Interior está demissionário, se está no Senado, ou dizer-me, emfim, onde está, para vir aqui dar explicações aos Srs. Deputados.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: - Vou informar me e depois participo a V. Exa.

Leu-se na Mesa um ofício do Sr. Presidente do Senado, Correia Baneto, convocando para as 17 noras a reunião do Congresso.

O Sr. Cunha Leal: - Felicito-me a mim próprio por se encontrar presente o Sr. Ministro da Guerra.

Sabe S. Exa. que o Sr. Vitorino Godinho esteve encarregado de liquidar uma questão de dinheiros no Corpo Expedicionário Português, dinheiros que tinham estado a cargo do major Achemann. Em certo dia liquidou as suas contas, depositando o saldo no Banco Nacional Ultramarino.

Tinha aí conta aberta o Sr. Vitorino Godinho. Em certa altura, o capitão Almeida Pinheiro, auxiliar de muita confiança do Sr. Vitorino Godinho, falsificou um cheque de 240:000 francos, levantando êsse dinheiro e desaparecendo em seguida.

Nunca mais foi perseguido.

Depois disso foi para a Madeira. Aí tomou lugar a bordo do vapor Angola, e foi até Loanda.

Em Loanda, depois de ter feito o roubo e de ter executado êste longo trajecto, foi recebido oficialmente pelo Sr. general