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52 Diário da Câmara dos Deputados

O Congresso do meu partido preconizou um Govêrno do meu partido, e êsse somente obrigava os correligionários do Partido Republicano Português a apoiá-lo, e não os outros políticos.

Os homens do meu partido não podiam obrigar os dos outros partidos u pensarem pela sua cabeça.

A manifestação do um desejo não é uma obrigação.

De resto, em mais de uma emergência, eu tenho sido partidário de ligações com outros partidos políticos, e até com o Partido Nacionalista, o que me valeu alguns desgostos.

Fui eu que facilitei, num determinado momento, o esclarecimento de uma situação política, que era tam embrulhada como a de agora.

E entendo que cumpri o meu dever, permitindo ao Partido Liberal que prestasse as suas provas, porque não tinha razão nenhuma para tratar mal os meus inimigos políticos.

Pouco me importo com o que se diga do mim.

Claramente eu afirmo que entendo que é indispensável - e nisto estou absolutamente de acordo com o meu ilustre correligionário, Sr. José Domingues dos Santos - que é necessário arrumar as fôrças políticas.

Êste Govêrno, constituído como está, se merecer o apoio do Parlamento, julga fácil fazer isso, com vantagem e prestígio para a Nação.

Dos homens da Acção Republicana, parte deles saíram do meu partido, e não me acusa a consciência de ter proferido quaisquer palavras contra êles, depois de ter entrado nesta directoria do meu partido.

Não estamos aqui para prestar serviços uns aos outros, mas sim à Nação, como é nosso dever.

Evidentemente que se formam, não só em Portugal, mas em todos os países parlamentaristas, determinados blocos e ligações.

Isso não são conchavos, nem são conluios, são factos visíveis a toda a gente.

E que me importa que lhes chamem conluios ou conchavos, quando se retinem numa maioria diversos partidos políticos para se votarem os orçamentos, etc.?

E respondo assim ao Sr. José Domingues dos Santos: onde está na declaração ministerial qualquer palavra de que se depreenda que se afirma que S. Exa. é cúmplice ou não da Legião Vermelha?

Já é ver demais!

Parece, Sr. Presidente, que há gente que não entende aquilo que eu digo.

Talvez que ou não possa ofuscar a luz das pessoas que pensam melhor do que eu, luas eu contento-me com o meu modo de pensar e do ser, e tenho a certeza de que Cie, por vezes, tem sido proveitoso para a Pátria o para a República, com a ajuda é certo de elementos, não da Acção Republicana, mas do Partido Liberal.

O homem das "forças vivas" - o Sr. Lima Basto - prestou relevantes serviços ao País, e noto V. Exa., Sr. Presidente, - e isto é o maior elogio que lhe posso dirigir - estudou o relatório da proposta, em que modificou o sistema tributário, em poucas horas apenas, defendendo-a depois com brilho.

E um homem assalariado, agente ou sócio, como dizem, será porventura o mesmo que defendeu princípios basilares absolutamente radicais, o tal radicalismo que toda a gente apregoa em matéria de finanças e que eu tenho o orgulho de dizer que foi implantado em Portugal ao tempo em que eu era Ministro.

Afirmou o Sr. Sá Cardoso que na última parto do meu Govêrno não só tinha produzido nada.

Acusou-me também S. Exa. do ter contribuído para o aumento da circulação fiduciária, o tal record que eu bati.

Pois num dado momento - com o chefe do Estado doente, o Sr. António José de Almeida - eu vi-me na impossibilidade de abrir uma crise.

Todos sabem que em Conselho de Ministros eu a quis pôr, e diversas foram as pessoas, até de fora do meu Partido, que me pediram para ficar.

Eu não quero, Sr. Presidente, enredar--me no torvelinho das paixões, mas devo dizer que o Sr. Sá Cardoso mo acusou de um acto que êle próprio praticou no seu Govêrno.

Fazer o mal e a caramunha!...

Emfim, adiante!...

Eu nestas cadeiras não quero aproximar-me sequer da combatividade que tenho daquelas; do resto, essa combatividade não me tem deslustrado, nem a mi-