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22 Diário da Câmara dos Deputados

daquilo que a República tem sido até agora.

O Sr. José Domingues dos Santos, na sua declaração ministerial, dizia:

"É preciso acabar com os escândalos, é preciso que todos nós procuremos a maneira de regularizar as contas públicas".

Mas S. Exa., que dizia isso quando se apresentou à Câmara com o seu Govêrno, esqueceu completamente êsses princípios, e parece-me que hoje já está disposto a ajudar a continuação das cousas, tal como até aqui só têm passado.

Ainda ontem, nós ouvimos S. Exa. falar aqui, e verificámos que S. Exa. deu uma prova irrefutável de que não deseja ser indisciplinado, porque, se o quisesse ser, revoltar-se-ia contra a proposta que está em discussão, não consentindo que fôsse transformada em lei.

Mas nada. No fim do seu discurso disso que não obedecia, mas, afinal, está a obedecer em tudo, como soldado disciplinado do Partido Republicano Português.

Mas, não sei se o argumento apresentado ontem pelo Sr. José Domingues dos Santos, de não ter sido ouvido o Grupo Parlamentar Democrático, acêrca da atitude a tomar perante o actual Govêrno, será também o que levou S. Exa. pela hipótese contrária, a não usar da palavra, nem os seus amigos, para discutirem esta proposta.

Em todo o caso, gosto que as cousas fiquem claramente postas, que cada um fique com as suas responsabilidades perfeitamente marcadas.

Nós, Sr. Presidente, defendendo aqui a moral administrativa e política da monarquia, orgulhamo-nos de representar aqui uma instituição cujos processos administrativos são tam modelarmente honestos.

Lembrar-se a gente, Sr. Presidente, de que em 1910 a proposta orçamental apresentava um montante de despesa de 72:000 contos, e que hoje, sem estarem incluídos os serviços autónomos, eleva-se a 1.800:000 contos.

Se nós confrontarmos essas desposas com as que se faziam no tempo da monarquia chegaremos à conclusão - ainda tomando em conta a desvalorização da moeda - que elas foram muito inferiores.

Mas o que se há-de fazer se estamos em vésperas do eleições e é preciso tratar delas e dos amigos da Sérvia!

O Sr. Presidente: - Deu a hora de se passar ao período de "antes de se encerrar a sessão".

O Orador: - Nesse caso ficarei com a palavra reservada.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente:-A próxima sessão é amanhã, com a seguinte ordem do trabalhos:

Antes da ordem do dia (com prejuízo dos oradores que se inscrevam):

A de hoje, menos os pareceres n.ºs 923, 911-E e 651-E.

(Sem prejuízo dos oradores que se inscrevam):

A de hoje.

Ordem do dia:

A de hoje.

Está encerrada a sessão.

Eram 19 horas e 20 minutos.

Documentos enviados para durante a sessão

Projecto de lei

Do Sr. José Marques Loureiro, prorrogando por seis meses o prazo marcado no artigo 20.° do decreto n.° 5:787-P, de 10 de Maio de 1919.

Para o "Diário do Govêrno".

Declarações de Voto

Declaro que se estivesse presente na sessão de ontem teria aprovado a moção do ilustre Deputado Sr. Sá Cardoso, muito embora tenha toda a consideração pelos republicanos que fazem parte do Govêrno, entre os quais conto amigos velhos e dedicados companheiros de luta pela República nos saudosos tempos da propaganda.

Lisboa e Sala das Sessões da Câmara dos Deputados, 7 de Julho de 1925. - Américo da Silva Castro.

Para a Secretaria.

Para a acta.