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Sessão de 5 de Agosto de 1925 25

Sei que S. Exa. aceitou o Govêrno com grande sacrifício e pelo seu grande amor à República. Pois para que S. Exa. encontre o menos possível de obstáculos no seu caminho, o que lhe poderei dizer, da parte dos Deputados independentes, é que S. Exa. não terá nenhumas dificuldades, nem grandes embaraços, no seu caminho.

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Lino Neto: - Sr. Presidente: a atitude da minoria católica perante êste Govêrno é a mesma que tem tido para com os anteriores. Ninguém, portanto, espere novidades, ou modificações, no nosso modo de proceder.

Sob o ponto do vista pessoal, as nossas relações com o Govêrno não podem ser senão de correcção. É uma praxe que queremos seguir sempre. Nesta conformidade, faço os meus cumprimentos ao Govêrno, exprimindo votos para que êle seja feliz na sua missão. Tenho com alguns dos seus membros sentimentos de apreço e de muita consideração, sobretudo com o Sr. Presidente, que na Presidência desta Câmara tem tido uma situação de prestígio, não só pelas sua inteligência, mas pelo seu carácter. É de crer, pois, que use e faça seguir as mesmas tradições, no seu Govêrno.

Ditas estas palavras, passo a apreciar outro aspecto da declaração ministerial.

Uma declaração ministerial vale pelos pontos de vista que defende, e nesses pontos a declaração ministerial é sintética e clara.

Há alguns anos que se deixou de fazer referências nas declarações ministeriais à Lei da Separação, e esta declara também seguir a mesma orientação. Fez bem o Sr. Presidente do Ministério seguir essa orientação.

Na Declaração Ministerial visa-se o aspecto moral da crise portuguesa.

Moralizar é a preocupação que deve acompanhar todos nós, porque a crise actual é uma crise de carácter dos homens públicos portugueses.

A êste ponto não tem a minoria católica nada a opor; porque êste lado da Câmara não é um partido político, e não tem que dar ou retirar apoio aos governantes, como nunca deu apoio incondicional a ninguém.

A minoria católica não quere constituir Govêrno com homens exclusivamente seus, mas apenas quere concorrer para a moralização da administração pública dêste país.

Apela o Govêrno para o patriotismo de todos; pois posso assegurar que pode contar com o patriotismo da minoria católica, porque a sua preocupação é elevar êste Portugal às alturas da sua tradição gloriosa.

São êstes, Sr. Presidente, os propósitos dêste lado da Câmara.

Tenho dito.

O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Pedro Pita: - Sr. Presidente: numa posição de oposição marcada já há muito tempo por mim o pelo meu Partido aos vários governos que ultimamente têm ocupado as cadeiras do Poder, evidentemente que não pode causar estranheza a atitude que eu assumo perante êste Ministério.

Devo, no emtanto, confessar, ao iniciar as minhas considerações, cfue nunca como hoje tive dificuldade em dizer aquilo que entendo dever afirmar, manifestando-me absolutamente em oposição ao Govêrno. Tenho, efectivamente, pena de o fazer.

O Sr. Domingos Pereira, pela circunstância de ter organizado Govêrno, não pôde fazer esquecer-me o Presidente da Câmara dos Deputados que todos nós elegemos e a quem todos não hesitamos em reconhecer qualidades, - não o digo a brincar - para o desempenho de mais altas funções ainda.

Dos companheiros que o Sr. Domingos Pereira escolheu, um só é pessoa com quem não tenho a honra de ter relações pessoais.

Ligam-me velhos laços do camaradagem a quási todos os outros.

O Sr. Ministro das Finanças foi meu camarada nesta Câmara num momento do luta rija, que nunca mais pode ser esquecida por aqueles que a tiveram.

Devo ao Sr. Ministro da Guerra reconhecimento que não esqueço também.