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Sessão de 5 de Agosto de 1925 21

tuir governo, governo de conciliação se lhe chamou, governo de conciliação quere o Sr. Domingos Pereira continuar a chamar-lhe.

Não sei as dificuldades com que lutou S. Exa. para constituir o Govêrno; quero, apenas, afirmar que da parte do Grupo Parlamentar da Esquerda Democrática nenhuma espécie de obstáculo lho foi levantado.

Apoiados.

Desde a primeira hora declarámos ao Sr. Presidente do Ministério que não tínhamos qualquer objecção a fazer, que não tínhamos nenhuma reclamação a pôr, não desejávamos pastas, nem pretendemos postas; e, assim, se porventura o Sr. Domingos Pereira encontrou vários embaraços para a constituição do seu Govêrno, como S. Exa. afirmou na declaração ministerial, poderá declarar com inteira lealdade que nenhuma espécie de embaraço lho foi levantado por parte do Grupo em nome de quem agora falo.

Apoiados.

E bom lembrar isto!

Apresentados por tantos como um grupo irrequieto, sequioso do Poder, nós queremos assim mostrar, por factos, que não apenas por palavras, que estamos bem longe daqueles que julgam que são os detentores únicos do Poder e que pela fôrça do Poder se hão-de conservar indefinidamente numa atitude de tirania, que nada justifica.

Sr. Presidente: temos apenas uma reclamação a fazer, e não a queremos fazer ao ouvido de ninguém, mas perante V. Exa., diante de toda a Câmara e do País: queremos que não nos roubem nas eleições, desejamos que não nos persigam.

Dentro dêsse caminho poderemos entender-nos com toda a gente.

Tanto nos importa que seja V. Exa. que presida às eleições, como qualquer outro político.

Temos apenas esta aspiração: é que nos deixem viver à luz do sol, combatermos à luz do sol; queremos viver à luz do sol!

Apoiados.

Não é com essa guerra de extermínio que nos amedrontam; não é juntando-se todos para nos baterem, que nos esmagam!

Nós representamos uma corrente republicana, que ninguém tem o direito de não conhecer; somos republicanos, defendemos um princípio republicano, que cada vez mais julgamos necessário realizar, e, para isso, não precisamos do auxílio do Poder, nem de ninguém, precisando apenas que não nos persigam, que não nos tratem como lobos.

Homens de ordem, na mais alta acepção da palavra, dentro da ordem queremos viver; nunca entrámos em conspira-tas de qualquer espécie, nem queremos entrar; queremos viver à luz do sol, batendo nos comícios, na imprensa e neste tablado, emquanto êle estiver aberto e nêle pudermos falar.

Sr. Presidente: declarou o Sr. Presidente do Ministério no acto. da posse, e claramente o diz na declaração ministerial, que o Govêrno em matéria política é de conciliação.

Os actos dum Govêrno devem valer pelas palavras do Sr. Presidente do Ministério; mas em má hora S. Exa. escolheu três representantes do anterior Ministério, que o hão-de desmentir pelos factos.

No almoço que houve no Monte Estoril proferiram-se expressões que eu quero levantar, e certamente a V. Exa. e a todos nós interessa levantar e repudiar.

Diz o Diário de Notícias:

Leu.

O Sr. António Maria da Silva, por um telegrama que o Chefe de Estado me enviou, e que em circunstâncias iguais tem feito, não se despediu de S. Exa., para mostrar assim a sua incompatibilidade com o mais alto Poder do Estado.

Disse-se nesse almoço que se iria até ao fim, sendo apoiado por todos.

E bom esclarecer situações. Que apoiassem esta frase Ministros demissionários, está bem; mas homens que fazem parte do Govêrno actual, não se compreende.

Apoiado do Sr. Carlos de Vasconcelos.

O Orador: - O ilustre Chefe do Estado não teve comigo qualquer conversa, e quero afirmar que qualquer posição que, porventura, tivéssemos de tomar perante o Govêrno, é determinada pelas circunstâncias políticas.

Nunca tomaremos posições que sirvam de escudo a qualquer outra pessoa. An-