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18 Diário da Câmara dos Deputados

membro do Directório espanhol, porque, não basta dizer que o Regulamento espanhol foi traduzido do Regulamento português, porque há uma diferença capital. Ha que distinguir, como dizem os nossos irmãos espanhóis.

Também se faz uma referência à imparcialidade do próximo acto eleitoral.

Espero que esta esperança se confirme, e não suceda o caso de serem correligionários nossos corridos a cavalo marinho das assembleas eleitorais.

Os assuntos a que me referi creio que se podem classificar de muito sérios e que devem merecer a atenção de todos, e foi para isto que eu pedi a palavra.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Sá Cardoso: - Sr. Presidente; Manda a praxe, que cumpro gostosamente, cumprimentar os novos Ministros, e a êles, pois, dirijo as minhas saudações, não podendo esquecer também que antes de S. Exa. a estarem naquelas cadeiras esteve lá ,um, outro Ministério, ao qual não, posso também deixar de apresentar as minhas saudações.

Sr. Presidente: entre os Ministros que ocupam aquelas cadeiras alguns há que transitaram do Ministério do Sr. António Maria da Silva, e todas os outros desempenharam já as funções do Ministro, pelo que me dispenso de fazer o elogio de cada um em especial, permitindo me a Câmara que, eu faça uma excepção para com o Sr. Ministro do Comercio, meu velho amigo e camarada, afastado das lutas políticas, calculando que fui com grande sacrifício que terá acedido ao pedido, que lhe foi feito pelo Sr. Domingos Pereira.

Republicano como S. Exa. é, eu não posso deixar do lhe apresentar as minhas saudações, tanto mais quanto é certo que é esta a primeira vez que S. Exa. é Ministro e vem a esta casa do Parlamento.

Sr. Presidente: ao Presidente do Ministério, Sr. Domingos Pereira, eu dirijo também as minhas saudações especiais, como Presidente da Câmara que foi, como companheiro do Ministério Álvaro de Castro e como Presidente do actual Ministério, para a organizações do qual S. Exa. revelou grande coragem e tenacidade, pois a verdade é que S. Exa., apesar das grandes dificuldades que teve para organizar Ministério, tinha dito que o havia do organizar, e organizou-o.

Evidentemente, Sr. Presidente, o Ministério que S. Exa. organizou não é do nosso agrado, pois a verdade é que êle não tem aquela característica que S. Exa. havia indicado ao sair de Lisboa, e que era, a forma que a Acção Republicana preconizava.

Eu sei, Sr. Presidente, que S. Exa. quis organizar um Ministério nessas condições; porém, não o pôde fazer.

Diz-se, Sr. Presidente, que o actual Ministério vem seguir a política do Ministério do, Sr. António Maria da Silva, Porém, eu entendo que essas afirmações não podem nem devem, ser feitas por Ministros, isoladamente, em conversas fora das cadeiras do Poder; quem deve marcar essa orientação é, o Presidente do Govêrno.

Na verdade, o Sr. Presidente do Ministério apresentou uma declaração ministerial fora do vulgar, mas não posso deixar, de declarar que ela está coerente com o meu modo de ver neste momento. Organizando S. Exa. o Ministério nas condições em que o organizou, não era lógico que nos apresentasse uma declaração ministerial como tantas outras que aqui se têm apresentado que se não podem cumprir.

Sr. Presidente o principal merecimento da acção desenvolvida pelo Sr. Domingos Pereira está na circunstância de S. Exa. ter conseguido resolver a crise ministerial que de longe vinha.

Desde a queda do Govêrno presidido pelo Sr. Vitorino Guimarães temos sempre vivido, em crise ministerial.

Pelo facto de ter estado no Poder o Govêrno a que presidiu o Sr. António Maria da Silva, não deixou de existir a crise. Ela manteve-se, pois, como é sabido, o Sr. António Maria da Silva viveu desde o primeiro dia da constituição do seu Govêrno em crise permanente. Era natural que assim, sucedesse, desde que alcançara apenas a maioria de um voto. É pouco!

E certo que o partido católico governou na Bélgica porto de vinte anos apenas com um voto de maioria. Mas lá dera-se então a circunstância, que não, é para desprezar, de não ter êsse partido.