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Sessão de 12 de Março de 1920

A quando da discussão dos ferroviários eu disse que não deixava de aprovar em princípio, que alguma cousa só desse aos restantes servidores do Estado, e que simplesmente mo tinha confrangido a forma como eles só tinham comportado.

Chamei a atenção de quem djroito, porque realmente não era aceitável que um Ministério em que existiam três serviços autónomos,, dois fossem considerados e o terceiro o não fosse.

Sr. Presidente: foi um mau processo deixar que a questão revestisse, de momento esta simplicidade; disse ante-ontem que o momento ftão era para retaliações, e que em virtude de certos factos políticos, os homens da República, aqueles que por ela se bateram, que a restauraram e defenderam,.não podiam por forma alguma continuar nessa obra.

Devemos unir-nos e não invadir a esfera de acção de quem quer que seja.

Lancei, Sr. Presidente, o último apelo aos ' funcionários do meu país, para que abandonassem a sua posição de intransigência, e bem assim ao Governo para" que facilitasse uma aproximação. (Apoiados).

Se isso se fizer, eu presumo, Sr. Presidente, que a situação" se resolverá, porque ninguém* tem no seu espírito, nesta hora em que a República se não corre perigo, em todo o caso passa um momento aborrecido, que a violência resolve as questões.

Sr. Presidente: se isso se fizer eu estou absolutamente convencido de que, passado talvez monos tempo do que aquete que eu gasto a propor que se vote esta proposta, o Sr. Presidente do Ministério será o primeiro ia desejar que o Parlamento reabra pára que façamos um trabalho útil e dignificado, e para que ele se imponha à consideração de todos os portugueses.

O Parlamento pode ser amesquinhado, mas é seinpro o Parlamento, e num país em q.ne eu não julgo adaptável o cesa-rismo, nós devemos trabalhar para o seu engrandecimento, para que os inimigos da República não digam qíie nós não somos capazes do fazer aquilo, que eles dizem serem capazes de fazer.

Fez-se essa campanha no tempo cm que os monárquicos eram maus administradores; ó absolutamente necesSIáriô que nos convençamos que a melhor obra de rea-

bilitação de todos ó administrar bem e assim havemos de conquistar tudo e todos na terra.portuguesa. ,

Tenho dito.

Foi admitida a proposta.

O Sr. Presidente: — Chamo a dó Sr. António Maria da Silva.-

^. Ex.a não diz, na sua proposta, se a primeira sessão a realizar é no dia 12 ou 13 de Abril.

O Sr. António Maria da Silva:-— A minha intenção ao redigir a proposta foi que se marcasse a primeira sessão .para o dia 12 de Abril.

O Sr. António Granjo: — Sr. Presidente: foi o Governo que, na declaração ministerial, declarou que-lhe era necessário o adiamento; nessa declaração, porém, o Governo não se abonou com quaisquer razões, cora quaisquer considerações a sustentar esse pedido de adiamento.

Apresentou depois na Câmara dos Deputados uma proposta de iniciativa para se reunir o Congresso o discutir o adiamento o ilustre Deputado Sr. António Maria da Silva, íeader da maioria da Câmara dos Deputados', não dizendo também S. ' Ex.a cem a§ razões que levaram o Governo a declarar que lhe era necessário o adiamento, nem tani pouco acompanhou a sua proposta, por escrito ou verbalmente, do quaisquer considerações nesse sentido.

Assim, o Congresso está sem saber quais as razões que o Governo tem para pedir o adiamento, o assim, Sr. Presidente, eu tenho de falar, um pouco em termos vagos, visto que não há de facto base para a discussão.