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Tfiárío das Sessões dó Congresso

o Presidente^do Ministério era seu camarada, i >• , • .

Passados.< dias, e então sem o solicitar, o Sr. RaúliEsteves voltou ao;meu gabinete para 'me'dizer quais eram os actos, quais'eram1 os factos.que o Governo devia praticar. • - u ,M >. • .. "••'•,•,,

E,, devo dizer para esclarecimento'da •verdade," que• não me' apresentava/nada de carácter político; .eram tudo medidas de ordem técnica, questões de melhoramento do exército. i

E dizia' S. -Ex." que tndo isso seria o suficiente para quê a harmonia se estabelecesse. ' v- ' '

E eu tinha que o acreditar, porquevden-tro' do exército não há ninguém que possa .dizer .

Em todos os unomentos'em que me procuram,'eu tenho sabido'mostrar o culto enorme que tenho por essa grande quâli--dade que existe no exército, o> sagrado dever da camaradagem. .

Apoiados.

' Separámo-nòs. e eu fiquei, chegando a ter várias conferências com- o Sr.1 Aíinis-tro da Guerra. - • •

Estava-se procurando efectivar 'algumas das reclamações por ôsse oficial apresentadas quando fui surpreendido com a noticia da' revolução e,-apesar de me terem dado essa informação, eu duvidei por algum tempo que o Sr. Raul Esteves estivesse dirigindo os revoltosos.'

Trata-se agora de um vencido e eu não quero-de maneira nenhuma atacar os vencidos; e por isso' ó que, não obstante os factos1 que ontem1 aqui foram contados, eu não quero contar também'muita cousa, •visto que se o fizesse teria' a mesma moral dessas pessoas que vêm divulgai» o que lhes1 dizem1 em confidência. '

. Eu não-procederei dessa forma. !•

Apoiados.

"Ontem, e nos dias antecedentes, tem-se apresentado o Governo quási como um réu. , - '• • . "• •

Parece que constitui um crime o facto de o Governo ter tido'a''coragem, a sero- , nidade' e a energia para não se deixar submeter às ameaças que recebeu.

No tempo da Monarquia, quando se dava qualquer perturbação da ordem pu-•bUca, embora não tivesse a violência e a

gravidade da que ultimamente se deu, de , todos os lados do Parlamento se dava. ao Governo todos os elementos para o restabelecimento da ordem. • Em. questões de ordem pública e internacionais, o Parlamento entregava ao Governo todos os meios de que ele carecesse para poder agir como entendesse. > • Actualmente, no' Parlamento republicano, quando uni GouGrno vem pedir que -lhe concedam autorizações para restabelecer a ordem, negam-se-lho todas1 as-au-torizaçõeb-, fa/eudo-se uma' larga discussão do assun*o em que não falta o enxovalho, o insulto e a agressão.

Apoiados. . ' ' '• '

- Se aqueles' que.a'ssumem as responsa-bilidades do Poder pensassem bem quais 'as ámarguras'e torturas por que passam, talvez preferissem desertar do que tomar essas posições, para não terem qne ouvir com serenidade • e calma aquilo que não -consentiriam se, estivessem'noutra situação. •

•" Mas eu sei bem o papel que desempenho1 e as responsabilidades que tenho,1 e assim, outra cousa não posso, neste momento, como homem e Presidente do Ministério, senão dizer que devolvo, com todo o desdém, os insultos e enxovalhes •que me foram dirigidos.

Apoiados. * • . - i'" '-

Eram estas -as palavras quê eu-tinha de pronunciar antes de entrar propriamente no assunto, para mostrar quê podia ir aos precedentes de todos os tempos e de todos os países, para justificar o adiamento do Congresso. "„'

Apoiados.

Mas, neste j momento, não -preciso disso. .

Apelo para ' a consciência de todos os bons portugueses e dedicados republicanos, para que ine digam se o que só tem passado no Congresso não- é Bastante para, só por si, justificarão pedido de adiamento do Congresso (Apoiados), e se a conservar-se' o mesmo aberto, não vi--nha só alimentar os desordeiros? ' ""

Eu posso dizer que outro fim não há senão alimentar a desordem, isto é, aq"ue-les que só com a desordem vivem. •