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Sessão de 29 de Abril de 1925

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Sr. Presidente do Ministério: creia V. Ex.a que muito sinceramente lho digo, porque ou laço justiça a V. Ex.a: a situação em que o Govfirno se encontra de ter vindo a esta casa do Parlamento afirmar que o Sr. general da l.a divisão eia quem impunha > a pnsão dos Srs. Cunha Leal e Garcia Lourpiio, não sendo isso verdadeiro, essa situação em. que só colocou uSo to i devida a V. Ex a — faço justiça à sua pessoa—mas o que é certo é que o Governo e V. E\.a ficaram colocados nessa situação de ter vindo fazer uma afirmação à Câmara que se pro\a que estava em oposição à verdade.

Provou se que a afirmação feita, à Câmara estava em oposição à veidsde.

Também o Sr. Presidente do Mmisteiio veio declarar que os Srs. Cuuba Leal c Garcia Louieiro tinham sido presos cm flagrante delito, o já ante ontem se viu forçado a confessar quo o flagrante delito não tinha sido constatado.

Igualmente se provou que não foi verdade quo o Sr. general Sinel do Cordos tivesse ido ao quartel do Carmo em pijama.

Veja a Câmara, portanto, a situação em quo só encontra o Governo, depois de tantas afirmações em pijama quo ioram absolutamente desmentidas.

V. Ex.as, ao fazei em as suas acusações, são, em geral, muito apaixonados, muito facciosos.

O contraste connosco é evidente.

.Sempre que aqui têm sido trazidos projectos ou propostas tendentes a, com justiça, galardoar serviços à Pátria prestados por oficiais republicanos quo lutaram pela implantação da República e quo por esta se têm batido, nós temos usado em todos os caso» daquela correcção e respeito que todos os portugueses devem aos cidadãos quo são úteis à Pátria.

,; Porquo havíamos nós do adoptar para com os \euciclos do último movimento — com o qual nada tivemos — um procedimento diverso, deixando do reconhecer que muitos dos oficiais que tomaram parto nesse movimento são dos que rnaio-les serviços têm prestado à sua Pátria?

Com eleito, contam-se do entre os oficiais revoltosos muitos condecorados com a Ciuz de Guerra c Torro c Espada, como os Srs. Filomeno da Câmara e Raul Esteves.

Todos sabem os relevantes serviços prestados ao Pais polo Sr. Filomeno da Câmara no Ultramar, e os importantes o assinalados serviços dêsso grande português que é Raul Esteves, prestados ao País na debelaçao de greves ferroviárias o na defesa da sociedade, indo até o ponto do sacrifício da sua vida, pois já foi vítima de um atentado nas ruas de Lisboa.

f, Porque não havemos do convencer--nos de que somos todos filhos da mesma Pátiia, e qao devemos por igual respeito c consideração a todos aqueles que ao País prestam serviços importantes, quer se ti ato do republicanos ou não?

Acusou o Sr. Vitorino Guimarães aquo-los que foiam para a Rotunda do não terem cumpiido o seu juramento.

Ai, Sr. Presidente.

j Mas veja-se agora a generosidade do Sr. José Domingues dos Santos!

Deixo estar que há de um dia terá sua compensação: se a Monarquia voltar o eu tiver alguma influência, V. E.x.a há-de ser nomeado director da Polícia de Segurança do Estado, o há-do ser uma das pessoas da minha melhor confiança.

Risos.

^Porventura o Sr. José Domingues dos Santos, que é uma pessoa de coração, como toda a gonte, tara bom que, esquecendo as lutas que dividem a sociedade portuguesa, se coloca ao lado dos explorados contra os exploradores e tam patriota que aiu Ia hoje acusou os Deputados nacionalistas do só terem recusado a discutir nesta Câmara assuntos de alta importância nacional, embora sem se lembrar quo, %indo aqui, os não discutiu também, não mereceria essa distinção?

Mas, Sr. Presidente, deixemo-nos, e de vez, de retaliações. O que nós precisamos ó de ordem .. .

O Sr. Júlio Gonçalves (interrompendo): — A ordem da Rotunda!