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10 Diário das Sessões do Senado

sés assuntos e possuem os elementos bastantes para tratarem dêles na Conferência.

Êsse assunto será com certeza debatido ali e não se consentirá que Laja país algum que tenha, como o nosso, pautas com 200 a 250 por cento de protecção pautal. Tais percentagens só se fxam em casos extraordinários e para períodos restritos e não com limite indefinido.

Eu requeiro a urgência para a proposta do Sr. Alfredo da Silva porque se trata apenas da nomeação de uma comissão.

Consultado o Senado, é aprovada a urgência.

O Sr. Tiago Sales: — Tenho pena que não esteja presente o representante do Govêrno que há pouco se retirou da sala para, me referir ao que disse o Sr. Alfredo da Silva, e outras observações fazer sobro assunto que interessa a economia agrícola.

V. Exa. então fará o favor de transmitir as minhas considerações.

Teve o Sr. Alfredo da Silva inteira razão no que disse acêrca da falta de transportes para adubos e das consequências perniciosas que isso pode trazer à agricultura e ao consumidor.

Tinha já há dias pedido a palavra para quando estivesse presente o Sr. Ministro dos Abastecimentos, pari, tratar dêste mesmo assunto, que é grave.

Tenho a convicção de que para a economia do consumidor o ano que se aproxima será pior do que o actual.

Alguns géneros de primeira necessidade serão mais caros, chegarão ao consumidor em piores condições do que neste momento.

A vida económica dum povo está dependente do barateamento de produção e da facilidade de colocação desta.

Êste ano as despesas de cultura são superiores às do ano passado aproximadamente a 50 por cento, e veja-se com que consciência se chegou a reclamar dos governos que os alimentos de primeira necessidade não pudessem ter um preço superior a 30 por cento do que tinham antes da guerra! A inconsciência com que em Portugal se fala e escreve! Simplesmente inacreditável tam profunda ignorância de tudo!

Não exagero dizendo que os preços das culturas são hoje superiores á 600 por cento do que era antes da guerra.

Haja vista que o trabalhador agrícola está exigindo 500 por cento mais do que tinha antes dá guerra. (Apoiados).

O mesmo acontece com o preço dos adubos, sendo só êste ano a elevação de seu custo em relação ao ano último aproximada de 50 por cento. Demonstrada fica assim a minha afirmação sôbre a inevitável elevação de preços dos géneros de primeira necessidade.

Em países como o nosso, onde há em geral horror ao estudo e abordar conscienciosamente assuntos que interessam à vida da Nação, e onde só apaixonam assuntos de mínima importância para aquela, como os que dizem rés peito ao partidarismo estreito ou, como quem diz, à caça dos empregos, sei, repito, que questões como esta fatigam deveras, tendo eu, todavia, o prazer de reconhecer que isso não se dá no Senado, onde há verdadeiro interêsse por estas questões.

Mas, Sr. Presidente, alêm das razões que eu acabo de expôr e que motivam fatalmente um acréscimo de preço nos géneros de primeira necessidade, outros motivos há que concorrem e muito para isso, tais como a falta de transportes de caminho de ferro e o aumento de tarifas.

Muitas vezes acontece que, quando os adubos são precisos para as sementeiras, não chegam a tempo de poderem ser empregados, agravando muito êste facto o estado deplorável em que se encontram todas as estradas do nosso país.

É tam grave a situação de nossas vias de comunicação, que toda a vida do País está sendo fundamente perturbada com tal estado de cousas.

Já anunciei uma interpelação ao Sr. Ministre do Comércio sôbre o assunto, muito desejando que não se demore a sua realização, pois tenho na minha carteira dezenas de telegramas de câmaras municipais e de sindicatos agrícolas, reclamando as mais enérgicas providências sôbre o assunto.

Quando essa interpelação se realizar, demonstrarei que são em número de 5.000 os quilómetros de estradas necessitando urgentemente grandes reparações, o que quer dizer que a todos os momentos em 5.000 quilómetros de estradas portuguê-