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Diário das Sessões do Senado

E preciso que se saiba que nós t

•E preciso anular toda essa campanha de calúnias e difamação pela consideração que nos dêem, entregando-nos uraa parcela na realização desses mandatos.

Aqui tem, portanto, V. Ex.a três assuntos do maior interesse para Portugal.

Eu confio que estes interesses portugueses hão-de ser respeitados, e desejava apresentar ao Senado uma proposta saudando a Assemblea da Sociedade das Nações, e exprimindo a confiança nas suas deliberações com o fim de que essas deliberações se inspirem no mais alto espírito democrático.

Eu vou redigir a minha proposta, e peço a V. Ex.L o obséquio de a sujeitar à apreciação do Senado.

O Sr. Presidente: — Tem a palavz-a o Sr. Melo Barreto. Eu peço a V. Ex.1 que seja breve nas suas considerações visto que já decorreu uma hora para o t^mpo marcado para antes da ordem do dia.

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O Sr. Meb Barreto: — Sr. Presidente: agradeço a indicação de V. Ex.a e prometo submeter-me a ela como de resto é o meu devor.

Em primeiro lugar desejo exprimir o meu reconhecimento ao Sr. Bernardino Machado pe-Jas palavras que ^,e dignou dirigir-me no começo do seu discurso.

Eu estou de há muito habituado l benevolência e ao apreço em que S. Ex.a mo tem, o por isso as suas palavras não me surpreenderam, mas cativaram-me profundamente.

Cumprido este dever, eu devo esclarecer alguns dos pontos versados por S. Ex.a, o primeiro dos quais foi a exortação feita ao Sr. Presidente do Ministério para convencer os seus colegas da necessidade de se intensificar no estrangeiro a propaganda da República. Ao mesmo .'empo S. Ex.a lamentou que eu não tivesse, quando Ministro, convencido os meus colegas dessa necessidade.

Orr, há aqui um equívoco que convém esclarecer. Eu não tinha de, convencer os meus colegas do Ministério, dessr necessidade, nem o Sr. Presidente do Ministério tem de convencer o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros.

O que eu tinha de fazer, como Ministro, não era convencer o Parlamento a votar essa verba, mas apresentar a respectiva proposta quando se discutisse o orçamento do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Era isso que eu tencionava fazer, mas para o efectivar não tinha de consultar os meus colegas do Gabinete.

O Sr. Bernardino Machado: — Se S. Ex.;i tivesse apresentado a sua proposta, imtes disso; teríamos muito gosto em a votar.

O Orador : — Eu propunha fazer a sua apresentação, quando era Portugal se realizasse o milagre constitucional de se discutir o orçamento.

O Sr. Bernardino Machado: — Tantos assuntos se vêem pedir ao Senado para soro m discutidos com. urgência; também podia vir ês&e.

O Orador: — Em nenhuma das vezes -l u e tenho sido Ministro, eu vi discutir o o orçamento. Nunca! A República Portuguesa interessa-se pouco por esses assuntos, acha muito mais interessante as questões de política interna.

E um facto que eu tenho constatado, .mas que justifica, em absoluto, a circúns-tância de ainda não estar incluída no orçamento do Ministério dos Negócios Estrangeiros a verba para a propaganda de Portugal no estrangeiro, e que há-de ser muito avultada, quando houver de ser proposta.

Referiu-se também o Sr. Bernardino Machado, na sua réplica, à questão dos adversários das instituições nas missões de confiança no estrangeiro.

S. Ex.a, com um escrúpulo que só o honra, declarou que não desejava citar nomes.

Ora, é exatamente isso que eu lamento, joroue assim o assunto ficaria esclarecido.