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Diário das Sessões do Senado

O Orador: — As observações de S. Es.3 vêni dar-a:e razão. S. Ex.a maníém-si; no propósito louvável de não dizer qjal é a pessoa adversária das instiu irue? que foi nomeada. S. Ex.d pode pcrli:* as notas que quiser, mas eu o f uo posso garantir-lhe quo mais ninguém fci nomeado para qualquer comissão no estrangeiro senão as pessoas que acabo da referir. Ao passo quo S. Ex/- tem o es-crúpjlo de não referir nomes, eu adoptD orientação contrária. A pessoa visada por S. Ex.3 é o Sr. João UIrich.

O Sr. Bernardino Machado:—V- Ex.'1 não quererá obrigar-me a dizer os nones das pessoas. V. Ex/- fez o elogio, ,?er~£-mente merecido, duma pessoa nomeadc, mas eu nãc tinha feito essa nomearão. E nisso não havia desprimor nenhum para a referida pessoa.

O Orador:—Y. Ex.a dá-me muita lio j rã com as suas intervenções, mas elas perturbara um tanto o seguiniento d-: meu discurso e roubam ao Seiiaco o (.empo que é preciso para se tratarem rutrcs assuntos.

Devo dizer que me honro muito C3rn£s nomeações que fiz, mas declino uma grande parte dessa honra para c nem teve a iniciativa das nomeações, que foi o Sr. Ministro dês Finanças, cujos fectimenros republicanos não são menos prestigiosos que os de V. Ex.a

O Sr. Bernardino Machado:—Eu n£o argui os sentimentos republicanos cio Sr. Inocêncio Camacho.

O que ou argui foram os sentiu i ente s políticos do nomeado.

O Orador: — Com respeito a insrr.ic.oes, evidentemente que se trata duma c .lestèlo de palavras.

Eu já disse, e tenho o prazer dt repetir, que rão dou a esta palavra a sua acepção litoral.

Mas desde que eu disse a V. Es.'-1 rpe não houve um único problema daqueles que foram tratados na Conferência ua Paz — um único que fosse — sobre o qual não tivesse recaído o meu ponto ti t- vista que era comunicado ao nosso dploguJo, Sr. Dr. Afonso Costa.

V. Ex.1 vê que esto eminente homem público não estava desprovido de iustru-02$. como o não estava o Sr. João Chagas, para as questões comerciais e os Srs. T-. i seira Gomes e Norton de Matos, que açora :,caba de receber uma justa consagração por parte dos soberanos belgas, e t[Ue recebeu instruções minhas sobre a revisão da acta de Berlim.

Este assunto, tenciono eu ainda discu-rir no Parlamento, se porventura ainda aqui estiver, quando o Ministro dos Negócios Estrangeiros promover a respectiva discussão.

Essa Convenção é c1 as mais importantes, é talvez decisiva para o futuro de Portugal e eu procurarei nessa altura expor ao Senado, a quo obedeceu a acta de Berlim,

S. Ex.'11 o Sr. Bernardino Machado, a propôs to da campanha que se faz lá fora, contra o nosso JDS.ÍS, citon um facto verdadeiramente lamentável, qual é o de quo alguns jornais Já fora nos fizeram a acusação de que nós dávamos nas nossas colónia* maus tratos aos indígenas.

Sr. Presidente: devo dizer a V. Es.a, com a lealdade que me caracteriza, que êst-3 assimío é mais da responsabilidade de maus portugueses, do que propriamente dos jornais estrangeiros.

Quando estive em Londres, tive ocasião de verificar que a única nota discordante, era dada. por um jornal qne estava ao serviço das inimigos da República, conhecidos pelos víchocolateiros».

Pois esse artigo sobre o qual foi chamada a atenção do Governo Inglês, era fundamentado em acusações feitas por um jornal português.

V. Ex.a vê, portanto, que, se é deplorável que o facto se tenha produzido lá fora, niais deplorável é ainda que essas acusações tivessem partido de compatriotas; nossos.

Sr. Presidente : p ara terminar, resta-me à homenagem e saudação que S. Ex.a o Sr. Bcrnardiuo Macedo dirigiu à Assem-blea da Sociedade das Nações e associar--me igualmente aos votos que S. Ex.a faz no sentido da representação de Portugal ao conselho executivo da mesma sociedade.