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Sessão de 7 de Dezembro de 1920

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Ninguém no Senado pode lançar-lhe responsabilidade por actos qne não praticou, porque todos estão convencidos de que muitos dos factos que ainda hoje nos desconsolam do nossa política externa se passaram muito mau grado seu. Não é injustiça apontá-los, pelo contrário, é dever nosso fazê-lo, custo o que custar, sem de maneira alguma melindrar alguém.

O Sr. Moio Barreto acaba de fazer a demonstração plena das minhas afirmações e dos factos que, eu tenho apontado,

Eu tenho vontade de preguntar porque ú que S. Ex.a, que acaba de convencer o Sr. Presidente do Ministério, não usou da sua palavra com a mesma emoção e convicção para convencer os seus colegas do Ministério transacto. Isso é que é para lastimar. Estou convencido de que os seus colegas lhe haviam de dar apoio sem necessidade de que o chefe dum outro Ministério lho fizesse.

O nosso pessoal representativo lá fora, os nossos diplomatas — <_:_ plena='plena' no='no' de='de' confiança='confiança' fazer='fazer' diremos='diremos' nomear='nomear' tivesse='tivesse' se='se' tive='tive' zelo='zelo' elogio='elogio' honra='honra' não='não' _='_' a='a' seu='seu' quási='quási' os='os' inteligôncia.='inteligôncia.' e='e' barreto='barreto' ou='ou' melo='melo' qne='qne' teria='teria' sr.='sr.' o='o' p='p' eu='eu' na='na' nomeado='nomeado' acaba='acaba' todos='todos' sua='sua' porque='porque'>

É por eles próprios que eu sei as torturas que têm passado, .por não terem à sua disposição as verbas necessárias para lá fora podermos ter uma propaganda sem opinião favorável.

Lá fora não é menos necessária a opinião do que cá dentro do país. Se efectivamente vamos começar a ter lá fora uma propaganda as minhas palavras não só não foram injustas, mas até creio que essas palavras, pela intervenção do Sr. Melo Barreto, se tornarão beneméritas.

Sr. Presidente: falou o Sr. Melo Bar reto com uma certa mágoa das palavras que eu aqui acentuei, de qne nem sempre tínhamos lá fora a representação republicana que era preciso ter, mas isso é um facto, está claro, que não abrange nesta expressão os homens e os republicanos de uma só fé, a maior parte dos quais eu tive a honra de nomear.

Eu não me refiro propriamente aos diplomatas nossos represontantes, mas visto que só falou disto, eu devo dizer q:?e tenho visto, e com dor, lá fora uma ou outra personalidade condenada perante a política republicana pela sua cumplicida-

de com o dezembrismo, e tenho visto, com dor, que tais personalidades têm nas suas mãos a representação da República.

Isto é um facto do domínio público, para todos aqueles que olham atentamente para a acção da política externa.

Sr. Presidente: como se bá-de compreender lá iora, nós que estabelecemos a República, se algumas vezes somos representados por quem representa perante o estrangeiro, não a República legítima, mas pelos que pretendem a República nova, que ó contrária a todas as liberdades constitucionais!

Fez se isto com a responsabilidade do Ministro, fez-se isto pelas circunstâncias que se deram.

Sr. Presidente: eu posso dizer ao Sr. Melo Barreto que S. Ex.a teve lá fora quem não soube representar a Nação como S. Ex." a representava cá dentro.

Eu não falo propriamente na nossa representação diplomática.

Sr. Presidente: eu não posso nem quero citar nomes, mas até numa conferência onde os maiores interesses de Portu gal iam ser debatidos, os homens que apareceram ao lado dos nossos representantes eram todos adversários das instituições.

éQucre isto dizer que esses homens não sejam patriotas?

Não o poiso acreditar, mas é necessário qne lá fora se saiba que a República tem homens competentes para a representarem e que se não vão pedir compe-tôncias aos adversários; as competências existem dentro da República.

São os factos.

U Sr. Melo Barreto (interrompendo]: — Eu não desejaria interromper V. Ex.a, ma? realmente, não tenho idea nenhuma. . .

O Orador:—-Eu não cito nomes. Já disse o bastante para todos saberem a quem me refiro.