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Diário das Sessões do Senado

pessoa a quem ela aproveita, e em que situação ficariam aqueles que, pertencendo à mesma classe, viessem a conquistar os seus lugares, por meio de concurso, não fugindo a ele, e antes pelo contrário, querendo, por esse meio, mostrar o que sabiam e valiam ?!

Encarando agora a questão sob o caso especial dó Sr. Júlio Maria de Sousa, direi o seguinte: Tenho muita consideração pelo Sr. Alberto da Silveira, mas permita-me S. Ex.a que lhe faça ver a impressão que me causou a forma como S. Ex.a apresentou o Sr. Júlio Maria de Sousa.

Começou o Sr. Alberto da Silveira por afirmar quo, em 11 anos de Eepública, nunca viera apresentar ao Parlamento'um projecto de lei ou proposta de excepção para quem quer que fosse, mas que o iazia para o Sr. Júlio Maria de Sousa, por reconhecer nele qualidades invulgares, e de tal modo, que o levarem a vir aqui pela primeira vez defender, calorosamente, uma excepção para esse oficial.

Eu devo dizer com toda a franqueza que. quando ouvi fazer essa defesa calorosa, preguntava a mim mesmo: —^Que republicano és tu, que só agora ouves falar do Sr. Júlio Maria do Sousa? <_. com='com' que='que' entusiasmo='entusiasmo' de='de' homem='homem' cabo='cabo' fazê-lo='fazê-lo' tanto='tanto' general='general' para='para' um='um' não='não' cíilor='cíilor' cargo='cargo' ser='ser' e='e' dado='dado' lhe='lhe' vera='vera' é='é' público='público' patrocinado='patrocinado' ao='ao' sr.='sr.' o='o' esse='esse' p='p' excepcionalmente='excepcionalmente' anos.='anos.' quem='quem' tendo='tendo' ninguém='ninguém' silveira='silveira' _11='_11' agora='agora'>

O Sr. Alberto da Silveira (interrompendo}:— è Se V. Ex.a o não conhece, como há-de apreciá-lo?!

O Orador: — Eu julgo que V. Ex.a acredita que estou a falar de toda a boa fé.

Pausa.

Falou o general Sr. Silveira de benefícios e economias importantes para o Estado., levados a efeito em França, pelo Sr. Júlio Maria de Sousa.

Ora, eu tenho aqui o quadro das despesas feitas, devidamente assinado. Mas, ao mesmo tempo tenho uma nota que diz isto:

Leu.

Ora se este mapa se refere a meses em que quem estava à frente dos serviços, era o tenente-coronel Sr. Pereira-da Silva, £eu pregunto se as economias e

benefícios para o Estado que foram importantes, como o ilustre Senador justamente salientou— são realmente devidos-àquele Sr. Tenente-coronel, ou ao Sr. Júlio Maria de Sousa?

Por um simples ,acaso, teve este senhor de fazer um mapa e assiná-lo, mas daí a apresentar-se como sendo o Sr. Júlio Maria de Sousa, quem prestou esses serviços, não acho bem.

Mas ainda há mais: é que os lugares de que se trata são, na verdade, duma importância enorme? exigem conhecimentos especiais e muitíssimo vastos, porque a vida de todos nós está ainda mais nas-mãos dos farmacêuticos, do quo na dos-médicos; os médicos receitam bem e muitas vezes os farmacêuticos aviam, mal.

Depois as notas referentes à pessoa em questão não eram boas; foi aprovado por maioria.

E é relacionando todos estes elementos que me parece que este senhor não-possui aqnelas condições que poderiam justificar um privilégio, uma situação tam especial como esta que se pretende para ele. Para que tal privilégio fosse merecido-era necessário que todas as condições-convergissem para que o cidadão de que se trata fosse merecedor da excepção proposta. Eu, com os elementos de que disponho e com as informações quo consegui obter, não sou levado a considerar o referido cidadão como sendo realmente detentor daquelas qualidades que o poderiam . recomendar para o privilégio que se lhe-quer e conceder.

Com a proposta do general Sr. Silveira abre-se uma excepção à excepção-já contida na lei de se dispensar concurso-para os candidatos que tenham estado-um ano, pelo menos, no serviço do campanha em França, e eu, por mais que some os dias que ele esteve em França, e que faça essa soma com toda a benevolência, contando os dias de viagem e os dias de licença, não atinjo o número preciso. Só consigo somar 270 dias.